São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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GINÁSTICA ARTÍSTICA

"Um passo" separa Diego do título olímpico

Daiane dos Santos e Jade Barbosa também lutam por medalha hoje

BRASIL
Finais por aparelho, com brasileiros no solo e no salto. Horário: 7h

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

A distância entre o brasileiro Diego Hypólito, 22, favorito no solo na ginástica artística masculina na Olimpíada, e o ouro pode ser medida por um passo. Trata-se da mesma distância que separa Daiane dos Santos, 25, também no solo, do pódio.
Diego, Daiane e Jade Barbosa (salto) disputam hoje, a partir das 7h, as finais por aparelhos. Eles tentam conquistar a primeira medalha do país na ginástica em Jogos Olímpicos.
Como as notas de partida na prova do brasileiro não são muito elevadas e estão parelhas, o fator que definirá o vencedor será a execução limpa.
Na fase de classificação, Diego recebeu nota 15,950. Já o romeno Marian Dragulescu, mais tradicional rival do brasileiro, tirou 15,925. A diferença entre um e outro: 0,025 ponto.
Como a punição por um simples passo largo, por exemplo, vale uma dedução de 0,30, um erro como esse hoje pode muito bem definir quem levará o ouro e quem ficará com a prata.
Nas finais por equipe e do individual geral, a nota de Diego, que neste ano foi submetido a artroscopia no joelho e ficou internado por causa de dengue, não foi igualada por ninguém.
A arbitragem foi orientada durante reunião em Pequim a ser o mais rigorosa possível na Olimpíada, segundo a Folha apurou com oficiais da Federação Internacional de Ginástica.
O pedido foi feito com maior ênfase às avaliações no feminino, mas Renato Araújo, técnico de Diego, detectou que entre os homens também há mais rigor.
""Eles [os árbitros] estão descontando tudo o que é possível. Então tem que fazer uma série o mais limpa possível", afirma.
Um diferencial que Diego pode usar é o ""Hypólito" (duplo twist carpado com pirueta), movimento que tem evitado.
""Especialmente agora, um passinho pode fazer toda a diferença", argumenta Daiane.
No caso dela, pelo que foi exibido no classificatório, a diferença entre sua quinta posição e um lugar no pódio é pequena.
A campeã mundial em 2003 recebeu 15,275 -ela ainda foi punida por ter pisado fora da linha. Mas suas rivais têm marcas alcançáveis. A campeã olímpica do individual geral, Anastasia Liukin chega à final com 15,350. Terceira na 1ª fase, Shawn Johnson tirou 15,425.
Ou seja, se fosse na final por aparelhos, não tivesse sofrido a punição e alguma das rivais tivesse dado um passo, Daiane iria ao pódio. ""Além de evitar erros, preciso cravar mais e limpar a série", diz ela.
A situação de Jade, 17, parece mais difícil, já que avançou em sétimo e a distância para as três primeiras é maior. Mas ela executa dois saltos de alto grau de dificuldade. Se acertá-los, é quase certo que vá ao pódio, pois só duas rivais, Cheng Fei e Un Jong-hong, exibiram saltos de mesmo valor até hoje.

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ginastas que disputaram as finais do solo em 2004 estão na luta pelo ouro em Pequim. No masculino, são os casos de Marian Dragulescu, prata em Atenas, e Gervasio Deferr, quarto. No feminino, Cheng Fei, quarta em 2004, e Daiane dos Santos, quinta, voltam a duelar. Na decisão do salto, apenas Anna Pavlova esteve em Atenas.


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