São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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NATAÇÃO

Recordista afirma que não seria nada sem seu treinador

Após façanha, Michael Phelps mudará de cidade para manter parceria vitoriosa com Bob Bowman

Técnico, que faz as vezes de pai, diz que já foi mais linha dura, mas que seu pupilo está maduro o suficiente para tomar decisões sozinho


DA ENVIADA A PEQUIM

Bob Bowman deixou Baltimore rumo a Michigan, e Michael Phelps foi atrás. Após Pequim, Bowman voltará ao velho lar, e será seguido novamente.
Desde que bateu o olho em um garoto mirrado e enxergou nele um nadador, há cerca de uma década, o técnico tem sido anjo da guarda, carrasco, pai e arquiteto do sucesso de Phelps.
O resultado da sintonia perfeita da dupla foi visto na caminhada que o maior atleta da história olímpica construiu em Pequim. Phelps conquistou oito ouros, um a mais que Mark Spitz, em Munique-1972.
"Sem ele eu não seria nada. Ele cuida de seus nadadores, está sempre preocupado com cada detalhe. Se você sente uma dor mínima, ele vai checar para ver o que é. E ele é muito inteligente. Tenho sorte de ter um técnico como ele", diz.
O nadador tem uma relação conturbada com o pai, que se divorciou da mãe quando ele ainda era criança. Bowman não é casado e não tem filhos. Então, ocupa também esse papel.
O treinador também é minucioso. Desde que conheceu o pupilo, cuida de cada detalhe dos treinos para aprimorar seus fundamentos. O nadador chega carregar equipamentos para treinos onde quer que vá.
É sua função também ajudar Phelps a organizar seu calendário. Em Pequim, por exemplo, eles cumpriam a mesma rotina quase todos os dias. Bowman também decide onde e quais provas o pupilo nadará. Antes da seletiva americana para os Jogos, o atleta disse que não sabia que eventos iria disputar.
As decisões já foram tomadas de forma unilateral. Com Phelps mais velho e mais maduro, ganhou certa autonomia.
"Em 2004, Michael ainda era muito jovem, eu tinha de ser mais linha dura. Agora já passou por muita coisa. Podemos discutir mais coisas."
A maturidade é vista na forma como o nadador tem encarado a Olimpíada. Phelps parece relaxado e afirma que, dessa vez, está se divertindo -em Atenas-2004, conquistou seis ouros e dois bronzes.
Depois de trabalhar em Michigan, Bowman vai para Baltimore. Phelps, que o havia seguido na primeira viagem, vai novamente atrás. Acredita que a parceria ainda pode render muitos outros frutos aos dois.
"Vi tantas frases dizendo que o feito de Spitz não poderia ser repetido, que não ia acontecer. Tudo isso [em Pequim] só prova que pode acontecer. Bob me ajudou a sonhar com isso", diz Phelps. (MARIANA LAJOLO)


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