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NATAÇÃO
Recordista afirma que não seria nada sem seu treinador
Após façanha, Michael Phelps mudará de cidade para manter parceria vitoriosa com Bob Bowman
Técnico, que faz as vezes de pai, diz que já foi mais linha dura, mas que seu pupilo está maduro o suficiente para tomar decisões sozinho
DA ENVIADA A PEQUIM
Bob Bowman deixou Baltimore rumo a Michigan, e Michael Phelps foi atrás. Após Pequim, Bowman voltará ao velho
lar, e será seguido novamente.
Desde que bateu o olho em
um garoto mirrado e enxergou
nele um nadador, há cerca de
uma década, o técnico tem sido
anjo da guarda, carrasco, pai e
arquiteto do sucesso de Phelps.
O resultado da sintonia perfeita da dupla foi visto na caminhada que o maior atleta da
história olímpica construiu em
Pequim. Phelps conquistou oito ouros, um a mais que Mark
Spitz, em Munique-1972.
"Sem ele eu não seria nada.
Ele cuida de seus nadadores,
está sempre preocupado com
cada detalhe. Se você sente
uma dor mínima, ele vai checar
para ver o que é. E ele é muito
inteligente. Tenho sorte de ter
um técnico como ele", diz.
O nadador tem uma relação
conturbada com o pai, que se
divorciou da mãe quando ele
ainda era criança. Bowman não
é casado e não tem filhos. Então, ocupa também esse papel.
O treinador também é minucioso. Desde que conheceu o
pupilo, cuida de cada detalhe
dos treinos para aprimorar
seus fundamentos. O nadador
chega carregar equipamentos
para treinos onde quer que vá.
É sua função também ajudar
Phelps a organizar seu calendário. Em Pequim, por exemplo,
eles cumpriam a mesma rotina
quase todos os dias. Bowman
também decide onde e quais
provas o pupilo nadará. Antes
da seletiva americana para os
Jogos, o atleta disse que não sabia que eventos iria disputar.
As decisões já foram tomadas
de forma unilateral. Com
Phelps mais velho e mais maduro, ganhou certa autonomia.
"Em 2004, Michael ainda era
muito jovem, eu tinha de ser
mais linha dura. Agora já passou por muita coisa. Podemos
discutir mais coisas."
A maturidade é vista na forma como o nadador tem encarado a Olimpíada. Phelps parece relaxado e afirma que, dessa
vez, está se divertindo -em
Atenas-2004, conquistou seis
ouros e dois bronzes.
Depois de trabalhar em Michigan, Bowman vai para Baltimore. Phelps, que o havia seguido na primeira viagem, vai
novamente atrás. Acredita que
a parceria ainda pode render
muitos outros frutos aos dois.
"Vi tantas frases dizendo que
o feito de Spitz não poderia ser
repetido, que não ia acontecer.
Tudo isso [em Pequim] só prova que pode acontecer. Bob me
ajudou a sonhar com isso", diz
Phelps.
(MARIANA LAJOLO)
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