UOL


São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HIPISMO

Doda cita acordo e afirma que ele e Bernardo Resende saltarão em Atenas

Para companheiro, Pessoa não tem vaga na Olimpíada

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um suposto acordo feito entre os cavaleiros que conquistaram as duas vagas do Brasil para Atenas-2004 e a Confederação Brasileira de Hipismo pode tirar Rodrigo Pessoa dos Jogos Olímpicos.
Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, afirma que o presidente da CBH, Camillo Ashcar Júnior, prometeu que as vagas são sua e de Bernardo Rezende. Salvo desistências, iriam a Atenas os cavaleiros que garantiram as vagas durante o Pan de Santo Domingo.
Nesse cenário, Rodrigo Pessoa, o cavaleiro mais premiado do Brasil e sétimo no ranking da FEI (Federação Equestre Internacional), ficaria fora da Olimpíada.
A entidade confirmou ontem que as duas vagas seriam o único passaporte de brasileiros para Atenas, pois não haverá convites. Pessoa sugere que seja feita uma seletiva para distribuir as vagas.
O departamento técnico da CBH, por sua vez, apresenta uma terceira opção, que contradiz a versão de Doda, ao explicar que o critério para a seleção dos conjuntos ainda não foi definido.
"O Camillo [Ashcar] disse logo depois de obtermos as vagas olímpicas, ainda em Santo Domingo e em público, que quem as conquistou é que seria seu dono. Ele entendeu que quem estava lá se sacrificou, teve de abrir mão de muita coisa. É por isso que não vai haver seletiva", diz Doda, que é o 221º no ranking mundial. Resende ocupa hoje a 80º colocação.
A Folha apurou que atletas planejavam questionar a CBH à época do Pan sobre a presença em Atenas de quem obtivesse as vagas. Procurado pela reportagem ontem à tarde em seu escritório e em sua residência, Ashcar não foi encontrado e nem ligou de volta.
Doda diz que a ida de Pessoa aos Jogos estaria condicionada à situação dos demais conjuntos.
"Se houver problemas, se alguém estiver sem cavalo na época da Olimpíada, pode desistir e abrir vaga. Isso vai depender de conversa, mas nem precisa ter seletiva, pois somos amigos, só dependeria de uma conversa. Mas se eu estiver como hoje, com montaria nova, de primeiro mundo [Ski, de oito anos], não abriria mão da minha vaga", completa Doda.
Pessoa acredita que há um mal-entendido, lembrando que as vagas conquistadas no Pan são do país, não dos cavaleiros.
"É a confederação que decide quem enviar, é ela que escolhe os critérios. Uma seletiva seria o mais correto. Quero apenas uma oportunidade, como os outros. Não quero vaga automática por causa de meu passado ou de minha condição atual. Mas se a confederação me desse a vaga sem seletiva, não iria recusá-la."
Pessoa disse que até já havia falado sobre seletivas olímpicas com Ashcar e que este "havia explicado a situação de outra forma", mas, em um segundo contato, recuou e só afirmou crer que seu argumento é o mais lógico.
Para Antonio Eduardo Alegria, diretor técnico da CBH, ainda é muito cedo para definições.
Ele não confirma as supostas afirmações de Ashcar a Doda.
"Falta muito tempo para a Olimpíada, tem muita coisa para rolar ainda. Por isso não tem nada decidido ainda [quanto aos critérios de seleção], se vai ser por uma seletiva ou por resultados recentes", explica Alegria.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Frase
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.