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Clássicos colocam pimenta no Brasileiro
Confrontos estaduais têm muitos gols, torcedores, cartões e lances polêmicos
Com a ajuda das velhas rivalidades, rodada foi a de maior público do torneio até agora, com mais de 230 mil pagantes nos estádios
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi um domingo de clássicos,
e com todos os ingredientes
que esse tipo de jogo tem.
Arquibancadas cheias, heróis, vilões e nervosismo deram
as caras nos três duelos estaduais da jornada -Cruzeiro
4x3 Atlético-MG, Flamengo 1x1
Vasco e Grêmio 1x0 Inter.
Juntos, os três confrontos
reuniram mais de 120 mil torcedores. A rodada superou os
230 mil pagantes, o recorde do
Brasileiro-2007 até agora.
O Mineirão, com mais de 40
mil fãs, assistiu a jogo eletrizante. O Cruzeiro fez 2 a 0. Viu o
Atlético-MG virar para 3 a 2 e
ainda teve forças para reagir,
vencer e seguir como vice-líder,
nove pontos atrás do São Paulo.
Foi o clássico mais nervoso
dentro e fora de campo, com
brigas de torcedores e confrontos com a Polícia Militar.
O ponto culminante na tensão aconteceu quando o meia
cruzeirense Kerlon fez a sua já
famosa "jogada foca", em que
controla a bola com a cabeça
enquanto corre.
Coelho, lateral do rival, cometeu falta violenta em Kerlon, foi expulso e deu início a
uma grande confusão. Nos vestiários, muitas queixas dos perdedores com o lance.
"Eu temo, num futuro, ele ficar fora [do futebol] por muitos
anos se um dia ele tomar um
chute veloz e grave no rosto e
depois nunca mais jogar. Torço
para que isso não aconteça
nunca. Mas ele está dentro do
regulamento", afirmou o técnico Emerson Leão.
O Maracanã, com quase 50
mil fãs, teve o recorde de público da rodada. Quem esteve lá
viu uma série de erros do trio de
arbitragem, para os dois lados,
defesas espetaculares do goleiro flamenguista Bruno e um
empate que foi pior, na classificação, para o Vasco.
A equipe perdeu a chance de
voltar à zona de classificação da
Libertadores da América. O
Flamengo segue fora do grupo
da degola -tem dois pontos a
mais do que o Paraná, hoje o
primeiro clube entre os quatro
na zona do rebaixamento.
O último lance do clássico carioca foi inusitado. Wágner Diniz chutou forte para marcar o
gol da vitória vascaína, mas a
bola bateu na cabeça de Alan
Kardec, seu companheiro de time, e não entrou.
"Nunca tinha visto isso, mas
ele [Kardec] não tinha como tirar o corpo", disse Fábio Luciano, zagueiro do Flamengo, um
dos mais exaltados no jogo.
O clássico gaúcho foi equilibrado só dentro de campo. Assim como havia acontecido no
primeiro turno, o time mandante vendeu uma cota mínima
para os torcedores do rival.
E assim, entre os 33 mil presentes no gremista estádio
Olímpico, menos de 2.000
eram do visitante Internacional, que perdeu com um gol de
cabeça marcado por Léo.
O resultado manteve a sina
de resultados ruins do atual
campeão mundial depois da
volta do técnico Abel Braga.
O clube, que já chegou a ficar
próximo do grupo que vai para
a Libertadores, já está sete pontos distante dele.
No sábado, a rodada teve um
clássico paulista, também com
bom público -o Morumbi recebeu mais de 33 mil torcedores na vitória do São Paulo sobre o Santos.
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