São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Clássicos colocam pimenta no Brasileiro

Confrontos estaduais têm muitos gols, torcedores, cartões e lances polêmicos

Com a ajuda das velhas rivalidades, rodada foi a de maior público do torneio até agora, com mais de 230 mil pagantes nos estádios

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi um domingo de clássicos, e com todos os ingredientes que esse tipo de jogo tem.
Arquibancadas cheias, heróis, vilões e nervosismo deram as caras nos três duelos estaduais da jornada -Cruzeiro 4x3 Atlético-MG, Flamengo 1x1 Vasco e Grêmio 1x0 Inter.
Juntos, os três confrontos reuniram mais de 120 mil torcedores. A rodada superou os 230 mil pagantes, o recorde do Brasileiro-2007 até agora.
O Mineirão, com mais de 40 mil fãs, assistiu a jogo eletrizante. O Cruzeiro fez 2 a 0. Viu o Atlético-MG virar para 3 a 2 e ainda teve forças para reagir, vencer e seguir como vice-líder, nove pontos atrás do São Paulo.
Foi o clássico mais nervoso dentro e fora de campo, com brigas de torcedores e confrontos com a Polícia Militar.
O ponto culminante na tensão aconteceu quando o meia cruzeirense Kerlon fez a sua já famosa "jogada foca", em que controla a bola com a cabeça enquanto corre.
Coelho, lateral do rival, cometeu falta violenta em Kerlon, foi expulso e deu início a uma grande confusão. Nos vestiários, muitas queixas dos perdedores com o lance.
"Eu temo, num futuro, ele ficar fora [do futebol] por muitos anos se um dia ele tomar um chute veloz e grave no rosto e depois nunca mais jogar. Torço para que isso não aconteça nunca. Mas ele está dentro do regulamento", afirmou o técnico Emerson Leão.
O Maracanã, com quase 50 mil fãs, teve o recorde de público da rodada. Quem esteve lá viu uma série de erros do trio de arbitragem, para os dois lados, defesas espetaculares do goleiro flamenguista Bruno e um empate que foi pior, na classificação, para o Vasco.
A equipe perdeu a chance de voltar à zona de classificação da Libertadores da América. O Flamengo segue fora do grupo da degola -tem dois pontos a mais do que o Paraná, hoje o primeiro clube entre os quatro na zona do rebaixamento.
O último lance do clássico carioca foi inusitado. Wágner Diniz chutou forte para marcar o gol da vitória vascaína, mas a bola bateu na cabeça de Alan Kardec, seu companheiro de time, e não entrou.
"Nunca tinha visto isso, mas ele [Kardec] não tinha como tirar o corpo", disse Fábio Luciano, zagueiro do Flamengo, um dos mais exaltados no jogo.
O clássico gaúcho foi equilibrado só dentro de campo. Assim como havia acontecido no primeiro turno, o time mandante vendeu uma cota mínima para os torcedores do rival.
E assim, entre os 33 mil presentes no gremista estádio Olímpico, menos de 2.000 eram do visitante Internacional, que perdeu com um gol de cabeça marcado por Léo.
O resultado manteve a sina de resultados ruins do atual campeão mundial depois da volta do técnico Abel Braga.
O clube, que já chegou a ficar próximo do grupo que vai para a Libertadores, já está sete pontos distante dele.
No sábado, a rodada teve um clássico paulista, também com bom público -o Morumbi recebeu mais de 33 mil torcedores na vitória do São Paulo sobre o Santos.

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