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Raikkonen vence e dá título à Ferrari
Após manobra controversa sobre Hamilton, Alonso termina logo atrás dos ferraristas e embola disputa entre pilotos
Espanhol fecha a porta para
companheiro no único
momento de emoção da
prova; Massa é o segundo,
mas segue distante da taça
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS
O GP da Bélgica de F-1 terminou exatamente como começou para os quatro primeiros
colocados do grid. Da largada
até a bandeirada final, somente
um momento de emoção. Que
durou pouco, até chegar à mais
famosa curva do remodelado
circuito de Spa-Francorchamps, a Eau Rouge.
Ao final de 44 voltas, Kimi
Raikkonen venceu, seguido por
Felipe Massa, Fernando Alonso e Lewis Hamilton.
A dupla da Ferrari conquistou assim sua terceira dobradinha nesta temporada, a segunda com o piloto finlandês na
primeira colocação.
O resultado de ontem também fez a escuderia italiana assegurar o título do Mundial de
Construtores, sua 15ª conquista, a primeira desde 2004.
À dupla da McLaren, que em
nenhum momento chegou a
ser ameaça para os ferraristas,
restou se conformar por ter
protagonizado o momento
mais empolgante da corrida.
Na largada, Raikkonen e
Massa mantiveram as duas primeiras colocações.
Hamilton, que saiu em quarto, tentou ultrapassar o companheiro de equipe logo na primeira curva. Mas Alonso, que já
disse estar encarando as últimas corridas desta temporada
como finais, fechou a porta,
obrigando o novato inglês a fazer a curva pela área de escape.
Os dois seguiram lado a lado
até a Eau Rouge. Foi quando
Hamilton tirou o pé do acelerador para evitar um acidente
com o companheiro de equipe.
"Ali é impossível passarem
dois carros sem que um toque
no outro", falou o líder da F-1,
que se mostrou irritado com o
episódio após a corrida.
Nos boxes, o chefe da McLaren, Ron Dennis, não conseguiu esconder seu espanto com
a manobra na pista.
Mais tarde, questionado sobre o assunto, foi político.
"Claro que foi uma disputa
no limite. Mas tenho certeza de
que os dois vão conversar depois sobre isso", falou o dirigente, que até interferiu nas declarações oficiais de Hamilton
sobre o episódio. "Mas achei
que foi normal. Eles nem chegaram a se tocar e estão lutando
pelo Mundial, isso faz parte do
esporte", completou.
A opinião dos pilotos, porém,
foi divergente. Enquanto Alonso se justificou dizendo que
"estava por dentro na curva",
Hamilton classificou a manobra como "injusta e dura".
"Tentei manter minha posição e vi o Massa travar os pneus
na minha frente. Ainda tinha
esperança de passá-lo quando
vi o Hamilton por fora", explicou o bicampeão mundial.
"Mantive meu traçado, e ele
acabou usando a área de escape
para continuar a me perseguir.
No ano passado havia um muro
ali...", completou o espanhol.
Depois disso, o GP da Bélgica
continuou sem maiores emoções. Os quatro primeiros optaram por estratégias de pit stop
semelhantes, e as posições permaneceram inalteradas.
"Eu não tive problemas com
o carro, tudo deu certo para
mim", declarou Raikkonen,
que comemorou sua vitória
queimando os pneus antes de
estacionar no Parc Fermé.
"Sempre tive vontade de fazer isso e aqui tinha espaço",
explicou o finlandês, que conseguiu sua terceira vitória consecutiva em Spa-Francorchamps -as anteriores haviam
sido com a McLaren.
Além disso, o ferrarista conseguiu diminuir sua desvantagem para Hamilton na liderança do Mundial de Pilotos para
13 pontos, faltando apenas três
corridas. Com sete pontos a
mais do que Massa, Raikkonen
deve receber, agora, tratamento prioritário do time para tentar buscar o título.
"Não desisti de nada ainda. A
gente sabe que nesse esporte as
coisas podem mudar muito de
uma etapa para outra e tudo
pode acontecer", declarou.
Alonso, que também conseguiu se aproximar mais um
pouco do companheiro de
McLaren na tabela -97 pontos
a 95-, preferiu não festejar.
"A verdade é que um pontinho não muda nada. Tenho
sorte de só depender dos meus
resultados, não estou como os
pilotos da Ferrari que precisam
vencer e torcer para uma quebra nossa", falou o espanhol.
"Estou com o vento a favor
agora e preciso aproveitar."
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