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STF anula
processo do
caso MSI
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem, por unanimidade, anular o processo criminal contra os réus da parceria
MSI/Corinthians desde a fase dos interrogatórios, sob o
argumento de que advogados não tiveram a permissão
do juiz da 6ª Vara Criminal
Federal de São Paulo, Fausto
De Sanctis, de questionar os
envolvidos no caso.
Com a decisão, os réus do
caso -os ex-dirigentes do
Corinthians Alberto Dualib,
Nesi Curi e Renato Duprat,
além do representante do
MSI no Brasil, o iraniano Kia
Joorabchian, e do magnata
russo Boris Berezovski- deverão ser novamente interrogados, desta vez com o direito de defesa garantido.
Kia é apontado pela Polícia
Federal como "laranja" de
Berezovski no esquema entre a empresa e o clube alvinegro. Os réus são acusados
de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
No Supremo, a defesa de
Berezovski alegou que não
recebeu a permissão de
Sanctis para questionar os
outros réus, permitindo apenas ao Ministério Público
que fizesse as perguntas.
O inquérito da Polícia Federal que levou à Operação
Perestroika e à abertura da
ação penal, após o recebimento da denúncia pela 6ª
Vara Criminal Federal
-apresentada pelo Ministério Público-, continuam valendo. Existe outro habeas
corpus tramitando na Justiça que pede a anulação de toda a ação penal, mas esse documento ainda não chegou
ao STF. Os advogados afirmam que Sanctis teria agido
de forma parcial no caso.
É a segunda vez em menos
de seis meses que o juiz paulista é criticado em decisões
tomadas pelo Supremo.
A primeira aconteceu em
julho, quando o banqueiro
Daniel Dantas foi preso por
duas vezes na Operação Satiagraha, também da PF.
Inicialmente, Sanctis decretou prisão temporária
contra o banqueiro, mas o
presidente do STF, ministro
Gilmar Mendes, mandou
soltá-lo, ao dizer que não havia razões suficientes para
mantê-lo encarcerado.
Após a decisão, no entanto,
Sanctis mandou prender novamente o banqueiro, dessa
vez de forma preventiva.
Mendes resolveu soltá-lo,
em uma decisão com diversas críticas endereçadas ao
juiz, que, segundo ele, havia
desrespeitado uma decisão
de instância superior.
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