DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o atual mandatário, Affonso della Monica, articula nos bastidores para esticar seu mandato, o diretor administrativo, José Cyrillo Jr., tido anteriormente como o seu sucessor, vê distante a chance de concorrer. "É um pouco frustrante. Não sei se é porque não fui reeleito vice-presidente [em janeiro de 2007]. Mas isso me enfraqueceu um pouco", afirmou Cyrillo Jr. No pleito anterior, ele não foi eleito para a chapa dos quatro vice-presidentes. Entrou o oposicionista Arnaldo Luiz Tirone. "Já fui cotado duas vezes para ser candidato e corro o risco de ser eterno candidato", disse o diretor. A oposição palmeirense encarou as declarações de Cyrillo Jr. como parte do "golpe" esquematizado por Della Monica para permanecer no comando. O grupo do ex-presidente Mustafá Contursi afirma que, em troca do apoio de Cyrillo Jr., o presidente irá destacá-lo como o responsável pela reforma do Parque Antarctica. Cyrillo Jr. foi um dos primeiros a assinar lista entre conselheiros que apóiam a mudança no estatuto do clube alviverde, autorizando a permanência de Della Monica no poder até outubro do ano que vem, quando seriam convocadas eleições. O grupo precisa do "sim" de 145 conselheiros para levar a proposta aos sócios do clube. Della Monica tem enfrentado resistência do movimento "Muda Palmeiras", que o ajudou a se eleger há dois anos. O grupo, ligado ao vice Gilberto Cipullo, se disse favorável à ampliação do mandato apenas até abril. Para a oposição, trata-se de outra manobra "para inglês ver": Della Monica já tem acertado o apoio do "Muda" e, em troca, ajudará alguns de seus integrantes a se elegerem conselheiros vitalícios em 2009. A definição pode sair na sexta-feira, quando Cipullo reassume seu cargo após as férias. (EDUARDO ARRUDA E RENAN CACIOLI)

Colaborou PAULO VINICIUS COELHO, colunista da Folha

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