São Paulo, quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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BNDES abre crédito para estádios da Copa-2014

Banco disponibiliza R$ 3,6 bilhões para reforma e construção de arenas

Linha de financiamento será aplicada exclusivamente em instalações que forem bancadas por governos estaduais e municipais

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) tem à disposição R$ 3,6 bilhões para liberar aos governos estaduais e municipais para a construção e reforma dos estádios que abrigarão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Desde terça-feira, técnicos do banco estão se reunindo com representantes das sedes do Mundial para explicar a linha de crédito. O banco já definiu o valor da linha de financiamento para cada estádio em R$ 400 milhões. A medida beneficiará até 9 das 12 cidades envolvidas no Mundial do Brasil.
Só o Morumbi (São Paulo), a Arena da Baixada (Curitiba) e o Beira-Rio (Porto Alegre), que são arenas particulares, ficarão de fora desse pacote, mas poderão ser contemplados pelo banco em outra linha de crédito.
Hoje, funcionários do BNDES se reúnem com representantes do governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza para explicar as condições do financiamento. Até o dia 25, os técnicos vão se encontrar com integrantes dos comitês organizadores das 12 cidades.
Com o valor-limite de R$ 400 milhões já estabelecido para cada estádio, a direção do BNDES quer formalizar as condições do empréstimo até o final do próximo mês.
Pela proposta apresentada na terça à governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), o banco oferece juro de 1,9% ao ano, mais taxa de juros de longo prazo (TJLP) de 6% ao ano. Caso recorra ao empréstimo, o governo terá dois anos de carência e outros dez para o pagamento.
Para obter a linha de crédito, Estados e municípios dependem da avaliação do CMN (Conselho Monetário Nacional), que estipula seus limites de endividamento.
O valor fixado pelo BNDES contemplará quase todos os gastos com a construção dos estádios, que serão erguidos para a Copa. Até agora, três Estados já anunciaram que vão bancar com dinheiro público as obras de suas arenas, em Cuiabá, Manaus e Distrito Federal.
A verba de R$ 3,6 bilhões seria mais do que suficiente para erguer todos os estádios da Copa da África do Sul-2010, que já consumiram US$ 1,3 bilhões (cerca de R$ 2,3 bilhões).
A linha de crédito do banco foi anunciada pouco mais de um mês depois de o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mudar o seu discurso sobre o uso de recursos públicos na realização do Copa no Brasil.
A promessa era que o grosso do financiamento dos estádios seria feito com dinheiro privado, mas o dirigente declarou, em agosto, que o governo teria que abrir o cofre na construção ou reforma de 9 dos 12 estádios.
Presidente do COL (Comitê Organizador Local), o dirigente disse que era inevitável a injeção de dinheiro público.
A capital federal tem o projeto mais caro. Segundo o governo local, o DF pretende gastar até R$ 740 milhões no novo estádio. A capital federal disputa com São Paulo e Minas Gerais o direito de realizar a partida de abertura do Mundial de 2014.
Os estádios de Manaus e Cuiabá sairão por cerca de R$ 400 milhões. E outras arenas devem recorrer ao banco. Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Rio e Recife não conseguiram um parceiro privado para seus empreendimentos.
Até o fim de agosto, nenhum dos nove governos estaduais havia lançado o edital de licitação das obras das arenas do Mundial, como exigia o COL.
Depois do atraso, o comitê decidiu cobrar o início das obras para fevereiro de 2010, como manda a Fifa. E Teixeira estendeu o prazo para março.


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