São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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VÔLEI

Presidente da entidade espera queda do dólar para que times repatriem atletas; Bernardinho enxerga ajuda em êxodo

CBV promete volta de campeões em 2003

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano que vem, os campeões da seleção masculina de vôlei que atuam no exterior voltarão ao país. Isto é que promete o presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça Filho.
O dirigente acredita que, após as eleições e a chegada do novo governo, o valor do dólar voltará a "patamares normais" e, então, os clubes brasileiros terão a chance de competir em condições de igualdade com os do exterior.
"Não adianta você tentar lutar contra um dólar a R$ 4. Mas isso é um reflexo do momento que o país está vivendo. No ano que vem, eles [jogadores] estarão de volta", afirmou o dirigente à Folha ontem, por telefone, da Suíça.
Seis atletas da seleção campeã do Mundial da Argentina jogarão no exterior nesta temporada: Nalbert, Giba, Gustavo e Dante, na Itália, André Nascimento, na Grécia, e Anderson, no Japão.
No ano passado, apenas quatro jogadores atuaram fora do país.
Para o técnico Bernardinho, porém, o êxodo pode até ajudá-lo na próxima temporada. Com a saída dos selecionáveis, outros atletas terão a chance de despontar na Superliga, que deve começar em novembro. Assim, o treinador terá chance de observar os atletas, que devem compor o grupo brasileiro em algumas competições.
"O calendário tem muitos torneios. Vou ter de usar outros jogadores. Seria muito desumano colocar o grupo todo para jogar todas", afirmou Bernardinho, que também teve sondagens da Turquia e do Japão para deixar o país.
Para tentar diminuir o êxodo dos jogadores para o exterior, a CBV se envolveu diretamente em negociações de Nalbert e Giba.
O primeiro acabou não acertando com um clube brasileiro porque o patrocinador deu a resposta uma semana após o fim do tempo hábil para cancelar sua ida ao Macerata (ITA). Já Giba, por causa de acordo feito antes de Sydney-2000 para que ele ficasse no Brasil, tem de cumprir a segunda temporada no Ferrara, segundo o dirigente.
"Fazemos tudo para deixar o atleta pensando só em jogar. Até em problemas pessoais já me envolvi", afirmou Graça.
Ao mesmo tempo que viu a ascensão do masculino, o dirigente assistiu a uma das maiores crises do time feminino. Após a debandada de cinco titulares em junho, o técnico Marco Aurélio Motta fez renovação forçada na equipe e ficou em foi sétimo no Mundial.
Para Graça, o título do masculino reforça sua opção não ter cedido à pressão pela queda de Motta.
"Na seleção, são 12 amigos comandados pelo Bernardinho, sem panelinhas", disse Graça.



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