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VÔLEI
Presidente da entidade espera queda do dólar para que times repatriem atletas; Bernardinho enxerga ajuda em êxodo
CBV promete volta de campeões em 2003
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano que vem, os campeões
da seleção masculina de vôlei que
atuam no exterior voltarão ao
país. Isto é que promete o presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça Filho.
O dirigente acredita que, após as
eleições e a chegada do novo governo, o valor do dólar voltará a
"patamares normais" e, então, os
clubes brasileiros terão a chance
de competir em condições de
igualdade com os do exterior.
"Não adianta você tentar lutar
contra um dólar a R$ 4. Mas isso é
um reflexo do momento que o
país está vivendo. No ano que
vem, eles [jogadores] estarão de
volta", afirmou o dirigente à Folha ontem, por telefone, da Suíça.
Seis atletas da seleção campeã
do Mundial da Argentina jogarão
no exterior nesta temporada: Nalbert, Giba, Gustavo e Dante, na
Itália, André Nascimento, na Grécia, e Anderson, no Japão.
No ano passado, apenas quatro
jogadores atuaram fora do país.
Para o técnico Bernardinho, porém, o êxodo pode até ajudá-lo na
próxima temporada. Com a saída
dos selecionáveis, outros atletas
terão a chance de despontar na
Superliga, que deve começar em
novembro. Assim, o treinador terá chance de observar os atletas,
que devem compor o grupo brasileiro em algumas competições.
"O calendário tem muitos torneios. Vou ter de usar outros jogadores. Seria muito desumano colocar o grupo todo para jogar todas", afirmou Bernardinho, que
também teve sondagens da Turquia e do Japão para deixar o país.
Para tentar diminuir o êxodo
dos jogadores para o exterior, a
CBV se envolveu diretamente em
negociações de Nalbert e Giba.
O primeiro acabou não acertando com um clube brasileiro porque o patrocinador deu a resposta
uma semana após o fim do tempo
hábil para cancelar sua ida ao Macerata (ITA). Já Giba, por causa de
acordo feito antes de Sydney-2000
para que ele ficasse no Brasil, tem
de cumprir a segunda temporada
no Ferrara, segundo o dirigente.
"Fazemos tudo para deixar o
atleta pensando só em jogar. Até
em problemas pessoais já me envolvi", afirmou Graça.
Ao mesmo tempo que viu a ascensão do masculino, o dirigente
assistiu a uma das maiores crises
do time feminino. Após a debandada de cinco titulares em junho,
o técnico Marco Aurélio Motta fez
renovação forçada na equipe e ficou em foi sétimo no Mundial.
Para Graça, o título do masculino reforça sua opção não ter cedido à pressão pela queda de Motta.
"Na seleção, são 12 amigos comandados pelo Bernardinho,
sem panelinhas", disse Graça.
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