São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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Camisa do Barcelona é talismã de Ronaldinho

DO PAINEL FC

Preferido dos paulistanos que se interessam muito por futebol, Ronaldinho leva no uniforme um trunfo na luta para ser o melhor do mundo pela primeira vez.
A camisa azul e grená do Barcelona é o ponto comum entre os brasileiros que chegaram ao topo do mundo. Romário (1994), Ronaldo (1996) e Rivaldo (1999) ganharam o prêmio da Fifa quando defendiam o clube catalão. Desde 1991, quando a entidade que dirige o futebol mundial criou o título, o Barcelona colocou atletas entre os três finalistas sete vezes.
Dono de um dos maiores estádios da Europa (capacidade para quase cem mil pessoas), rico e poderoso nos bastidores (integra o G14, grupo dos times mais importantes do velho continente), o clube é sinônimo de exposição.
Tanto que os quatro Rs só viraram celebridade mundial quando vestiram sua camisa, que segue sem patrocinador numa época em que cada vez mais os uniformes geram receitas para os times.
Romário e Ronaldo, que saíram do Brasil para tentar a sorte no PSV Eindhoven (Holanda), só ganharam status de estrela na cidade catalã. Rivaldo, depois do sucesso no Deportivo La Coruña (Espanha), atingiu o auge de sua carreira no Barcelona. O mesmo acontece com Ronaldinho, que teve boa passagem pelo Paris Saint-Germain (França) antes de virar "rei da Catalunha".
Todos os Rs chegaram a Barcelona com contratos milionários -negócios de mais de US$ 20 milhões. A fanática torcida do clube, que costuma lotar o Camp Nou, recebe o brasileiro como ídolo. Desde Evaristo de Macedo, o time tem tradição de contar com atletas do país em seu elenco. Hoje, são seis: Ronaldinho, Sylvinho, Edmílson, Thiago Motta, Belletti e Deco (naturalizado português).
O clima de Barcelona, mais quente que na maior parte da Europa, facilita a adaptação do brasileiro. Nos casos de Romário, Ronaldo e Ronaldinho, a vida noturna agitada também foi vista como crucial para a ambientação.
Nos bastidores, a relação também é estreita. Sandro Rossell, homem-forte do futebol do clube, é amigo do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Ex-funcionário da Nike, costuma acompanhar a seleção nos amistosos pelo mundo.
Rossell é fã de Ronaldinho e se empenhou pessoalmente com o presidente do clube, Joan Laporta, para manter o atleta na equipe nesta temporada.
O camisa 10 é o maior ídolo da torcida catalã. Em sua chegada, em julho do ano passado, 20 mil fãs viram seu primeiro treino. O estoque de camisas do clube com o nome do gaúcho esgotou.
Ronaldinho tem uma explicação para seu sucesso: "Aqui é muito parecido com o futebol brasileiro. Há muita habilidade".
No amistoso entre o Brasil e a seleção da Catalunha, em maio, ele foi o mais ovacionado. Com salário de cerca de 4,5 milhões/ ano, o ex-jogador do Grêmio tem contrato até 2008. E, se depender da cúpula do clube, não sai da Espanha tão cedo. (FM)


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