São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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na berlinda

Plano de Dualib afunda Corinthians

Estratégia do presidente de dar carta-branca a Leão e afastar a MSI deixa o clube à beira da segunda divisão no Nacional

Cartola tirou Kia do futebol e expulsou Paulo Angioni do Parque São Jorge, mas time segue com problemas de relacionamento no grupo

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Alberto Dualib retomou o poder no departamento de futebol do Corinthians e o passou para Leão. A aliança, no entanto, tem se mostrado trágica. A nove rodadas do fim do Brasileiro, o clube convive com o fantasma do rebaixamento e com os mesmos problemas de relacionamento entre técnico e jogadores que nortearam os quase dois anos de parceria.
O presidente corintiano, sob o pretexto de que não havia comando no futebol, anunciou, como afronta a Kia Joorabchian, que o Corinthians é quem controlava o futebol.
Criticou o presidente da MSI, disse que ele não entendia nada de futebol e o classificou como um "aventureiro". Com a equipe em último lugar no Brasileiro, Dualib, à revelia da parceira, contratou Leão e falou até que o clube iria para a Libertadores. Deu poderes plenos ao técnico, que se tornou o homem forte do futebol e começou a implementar o plano de seu chefe: montar um time sem as estrelas da MSI, que será a base da reformulação para 2007.
Nos 32 dias em que Dualib passou em Londres, entre o final de agosto e o início de outubro, Leão reinou soberano como soldado de Dualib. Trouxe César, Magrão e Amoroso, que não têm correspondido, livrou-se de Tevez e Mascherano e, de quebra, de Paulo Angioni.
O ex-diretor da MSI, que tinha uma sala no Parque São Jorge, foi expulso de lá. Foi avisado por Marcos Fernandes, controlador das contas do clube, de que Dualib não queria mais sua presença. Para Angioni, que nem sequer foi avisado das vindas de Magrão, Amoroso e César, foi a gota d'água.
A pessoas próximas, Kia disse que abriu mão do futebol porque entendia que a briga pelo poder poderia agravar ainda mais a situação do time, à época, recém-eliminado da Libertadores. Disse não ter suportado o bombardeio interno a seu trabalho, especialmente de Dualib. Achou melhor que o cartola fosse testado.
De Londres, o presidente da MSI, que lembra ter sido campeão brasileiro, diz estar preocupado, mas não decidiu o que fará ainda. Aliás, desde que Dualib retornou da capital inglesa, em primeiro de outubro, o Corinthians não vence.
Pior, voltou à zona de descenso e expôs um ambiente tumultuado entre Leão e os atletas. Os jogadores, porém, não peitam o técnico, apesar de muitos não concordarem com a maneira como ele arma o time e se comporta com alguns deles. Miram o exemplo de Carlos Alberto, afastado por bater boca com ele. Enquanto isso, Dualib pede "união" e faz vista grossa à conduta de seu protegido.


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