São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Técnicos cuidam do emocional para sucesso no clássico

No Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo isola jogadores no interior paulista, repetindo estratégia que já deu resultado

Muricy Ramalho acredita que atletas do São Paulo devem ficar imunes à pressão e descarta até preleção de presidente


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, acompanha o treinamento de ontem do clube, que está dois pontos atrás do Palmeiras

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

TONI ASSIS ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA Para o Palmeiras, o lado emocional pode fazer diferença no clássico. Por isso, Vanderlei Luxemburgo escolheu a cidade de Atibaia, a 70 km da capital, para "fazer a cabeça" de seu time.
No São Paulo, Muricy Ramalho também tem cuidados. E dispensa até a "preleção" que o presidente Juvenal Juvêncio disse que faria com a equipe na véspera do jogo de domingo.
Na reta final do Brasileiro, em que os dois times já se conhecem e as jogadas já foram estudadas e trabalhadas à exaustão nos treinamentos, a aposta dos técnicos é o foco em apenas motivar os atletas, e não colocá-los sob pressão.
"O jogo pode ser agressivo ou cauteloso. Sei que do outro lado tem um técnico que conhece o campeonato, gosta de ganhar e também esquenta a cabeça comigo", disse Luxemburgo.
"O campeonato deve ser decidido numa jogada que não foi treinada. Já perdi um título com gol de barriga [o Estadual do Rio de 1995, para o Fluminense, quando treinava o Flamengo]. A parte emocional vai ser muito importante. A característica dos jogos do segundo turno é diferente, pois você não tem mais uma outra partida contra o adversário. E o que vai estar em jogo é a aproximação ou o distanciamento do título", falou o técnico do Palmeiras.
A idéia de Luxemburgo ao levar o time para Atibaia foi repetir a estratégia vitoriosa adotada contra o Cruzeiro, outro concorrente ao título.
"Foi a mesma coisa. Passamos a semana aqui trabalhando, precisávamos ganhar em Minas e conseguimos o nosso objetivo", comentou o lateral-direito Élder Granja ao rememorar a vitória palmeirense por 1 a 0, gol de Diego Souza.
No São Paulo, Muricy Ramalho abriu mão de confinar seus atletas. E também de um eventual papo do presidente com o grupo. "Acho que ficar se reunindo toda hora atrapalha. Isso só vale quando a coisa está ruim, e não é o caso agora."
"Nosso presidente é assim: quando ganha não fica tão entusiasmado e quando perde não é o fim do mundo", analisa.
Mas, nesta campanha, pelo menos em duas ocasiões a pressão para fazer o time engrenar veio de cima para baixo. Quando o São Paulo vinha de três empates e tinha um confronto contra o Flamengo, partiu de Juvenal Juvêncio a ordem do "tratamento de choque" -na semana, os jogadores foram submetidos a treinos em dois períodos no CT do clube.
Contra o Ipatinga, fora de casa, o dirigente chamou os jogadores Jorge Wagner e Rodrigo a sua casa e, numa conversa reservada, cobrou reação imediata da equipe. Nas duas intervenções do dirigente tricolor, a tática deu certo: o São Paulo bateu o Flamengo, no Morumbi, por 2 a 0 e derrotou o Ipatinga, em Minas, por 3 a 1.
"O fato é que temos que vencer agora porque começamos o Brasileiro devendo. E minha função é preparar o time para isso", resume Muricy.


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