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Jogo às 19h é maravilhoso, diz Teixeira
Para presidente da CBF, experiência de duelos mais cedo na Série B e no Brasil x Venezuela tem "excelente resultado"
Dirigente elogia o atual sistema, de pontos corridos, e defende a adequação do calendário ao europeu, que é rejeitado pela Globo
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, contragolpeou a
TV Globo e ameaça alterar o
horário de transmissão dos jogos noturnos, que hoje começam às 22h. Segundo ele, partidas nesse horário são inviáveis.
A argumentação do cartola é
vista como retaliação à proposta da Globo, revelada pela Folha, de alterar o sistema de
pontos corridos vigente desde
2003 e voltar aos mata-matas.
Além disso, a emissora sugere a redução de datas no calendário e um enxugamento dos
campeonatos estaduais.
"Querem discutir esse assunto, vamos discutir tudo. Calendário, implantar o calendário
europeu ou não. Eu particularmente sou favorável. Agora tem
várias pessoas que têm posições contrárias e várias ao lado
da minha", disse Teixeira.
"Vamos analisar os horários
dos jogos. Nós fizemos testes
agora na Série B de fazer jogos
em horários mais cedo. Tem
dado um excelente resultado.
Quem sabe a gente tenha que
mudar o horário dos jogos [da
Série A]. Principalmente à noite", afirmou o cartola.
A CBF já divulgou o calendário do próximo ano, mas os horários dos jogos ainda não estão
definidos. Gente próxima ao dirigente da CBF afirma que ele
levará à frente essa ideia.
Além das partidas mais cedo
na Série B, Teixeira citou o jogo
entre Brasil x Venezuela, em
Campo Grande, que começou
às 19h -a Conmebol havia
marcado toda a última rodada
das eliminatórias para esse horário, mas alguns duelos no final acabaram sendo alterados.
A CBF não fez pedido para levar o jogo da seleção para as
22h, e a Globo teve de mexer
em sua grade de programação.
O "Jornal Nacional" foi exibido
no intervalo da partida.
"Havia muito tempo não via
isso. Eu fui ao jogo em Campo
Grande e voltei para o Rio num
horário maravilhoso. À meia-
-noite, estava dormindo. O meu
filho e a minha filha, que viram
o jogo no Rio, às 21h30 estavam
dormindo. O trabalhador estava dormindo", contou Teixeira.
O presidente da CBF diz ter
"80 mil argumentos" para defender os pontos corridos. Entre eles, cita que, na última edição do Brasileiro, no ano passado, apenas uma partida chegou
à rodada decisiva sem valer nada. E destacou que a média de
público desta edição, de 17 mil
pessoas/partida, é semelhante
à do Campeonato Francês.
Além disso, argumenta o cartola, no atual modelo os clubes
atuam em todas as datas programadas, o que não ocorre no
modelo dos mata-matas, quando os não classificados para os
duelos eliminatórios entram
em férias mais cedo.
"Como presidente da CBF,
não posso ficar preocupado só
com o índice de televisão. Eu
tenho que ficar preocupado
também com o torcedor. Não
adianta fazer jogo com o campo
vazio", declarou Teixeira
Na avaliação do dirigente,
ninguém tinha mais receio com
o sistema de pontos corridos do
que ele mesmo. "Tinha medo,
mas hoje não posso negar que
se trata de um grande campeonato", afirmou Teixeira, que
aproveitou para fazer criticas
ao torneio com mata-mata.
"Eu me lembro que teve um
campeonato em que o oitavo
classificado foi campeão. Isso é
justo? É mais ou menos justo
do que ter um jogador vendido
para o exterior no meio do caminho?", questionou Teixeira,
citando a última edição disputada com mata-mata, em 2002,
quando o Santos foi campeão.
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