São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Sob pressão, Ronaldo vai a campo

SÉRIE A
Corinthians apela a astro para salvar a equipe e a temporada


MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Ronaldo faz hoje mais uma de suas já incontáveis reestreias no futebol. Depois de dez jogos, um mês e meio, ele volta a defender o Corinthians, que enfrenta o Guarani às 16h, em Campinas.
O atacante é a última esperança do time para salvar 2010, o ano do centenário, em que o clube inaugurou centro de treinamento e anunciou estádio, e ano em que uma volta olímpica está cada vez mais distante.
O time não vence há seis partidas, somou apenas dois pontos nos últimos 18 que disputou e parou em 49 pontos. Viu o Cruzeiro disparar (54) e rivais se aproximarem.
O Corinthians não precisou de Ronaldo para subir nem para cair, mas apela ao astro para estancar a crise.
"A presença dele dá outro ânimo", afirmou o treinador interino Fábio Carille.
Nas últimas semanas, Ronaldo trabalhou mais como cartola do que como atleta.
Promoveu um jantar com José Serra (PSDB) para ouvir "propostas do esporte" e tentou fazer o mesmo com Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT). Não conseguiu.
Deu palpites na construção do CT, envolveu-se pessoalmente na tentativa de contratar Carlos Alberto Parreira e, quando a crise parecia ter atingido seu ponto mais agudo, atuou como bombeiro e como escudo.
"Quando você está fora, a contribuição é boa, é grande, mas o que importa mesmo é no campo", disse Ronaldo.
Escalado para dar entrevista coletiva após a derrota contra o Vasco, saiu em defesa dos colegas de equipe. "Prefiro que batam em mim e não nos companheiros. E me sinto na obrigação de fazer essa proteção porque não estou em campo, e o nosso problema está no campo."
Anteontem, entretanto, Ronaldo não foi o escudo. Quando cerca de 70 integrantes de torcidas organizadas foram ao clube protestar, acabaram recebidos por outros atletas -Elias, Roberto Carlos e William, além do diretor de futebol Mario Gobbi.
Ontem, o atacante foi alvo de protestos da torcida.
Nas poucas vezes em que jogou neste Brasileiro, Ronaldo foi efetivo. Em três jogos, atuou 197 minutos e fez dois gols, ambos de pênalti.
"Eu acho que posso e eu quero jogar as nove partidas que faltam", declarou o atacante. "Prefiro ser manchete de jornal na segunda-feira, e não na quinta, porque na quinta ninguém joga."


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