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Ninguém sabe. Ninguém viu
Disputada pela segunda vez, Libertadores feminina chega
à final ignorada pelo público e marcada pelo desequilíbrio
DE SÃO PAULO
Santos e Boca Juniors disputam uma vaga na decisão
da Libertadores. A equipe
brasileira joga em casa, em
um estádio praticamente vazio, apesar da importância
do clássico sul-americano.
O cenário parece improvável, mas foi visto anteontem,
durante a decisão da penúltima fase do torneio, em sua
versão feminina, toda realizada na cidade de Barueri.
A segunda edição da Taça
Libertadores feminina, que
terá sua final disputada hoje,
às 12h, fracassa em público,
exposição e na qualidade.
Não há números oficiais,
mas estimativas da prefeitura local dão conta de que, em
média, não mais do que 300
pessoas assistiram às partidas da primeira fase.
Para comparação, a Série
D do Campeonato Brasileiro,
a divisão nacional que menos registra torcedores em
seus jogos, contabilizou média nove vezes maior -são
2.720 pagantes por partida.
Para os muitos torcedores
que não foram à Arena Barueri, também era complicado acompanhar as partidas.
Apenas uma emissora, de TV
por assinatura, transmitiu os
jogos -e só os do Santos,
com exceção das semifinais.
Bem diferente do ano passado, quando o ex-presidente santista Marcelo Teixeira
transformou a criação do torneio continental feminino
em um projeto pessoal.
Para isso, contou com o
apoio da Federação Paulista
de Futebol e da rede Bandeirantes, que televisionou parte dos jogos em TV aberta.
Ambos ignoram a disputa
deste ano, em que as brasileiras tentam o bicampeonato
contra o Everton, do Chile.
Na final do ano passado,
que tinha o Santos, com Marta como principal atração,
quase 15 mil pessoas foram
ao estádio do Pacaembu para
acompanhar a vitória brasileira na decisão. No time
atual, a atacante Cristiane
desfila como estrela solitária.
"Se tivermos 5.000 torcedores na decisão, está bom",
afirmou o secretário de Esportes de Barueri, José Calil.
Ele aponta o fato de a melhor jogadora do mundo não
estar no campeonato como
principal motivo pelo desinteresse. Apesar da vontade
santista, não houve acerto financeiro para o retorno.
"Foi uma ducha de água
fria. A gente até tentou trazer
o público, sem a cobrança de
ingresso. Mas não posso buscar o pessoal em casa", lamentou o secretário.
Dentro das quatro linhas,
entretanto, pouco se fez para
a competição merecer mais
atenção. Era claro o desequilíbrio entre as equipes, todas
campeãs em seus países.
Enquanto o Santos chegou
à final com cinco vitórias e 24
gols marcados, as peruanas
do Universidad de Iquitos foram eliminadas do torneio
com quatro derrotas e um incrível saldo de -28 -marcou
apenas dois gols e foi vazado
30 vezes.
(LEONARDO LOURENÇO)
NA TV
Santos x Everton
Final da 2ª Libertadores feminina
12h Sportv
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