São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ninguém sabe. Ninguém viu

Disputada pela segunda vez, Libertadores feminina chega à final ignorada pelo público e marcada pelo desequilíbrio

DE SÃO PAULO

Santos e Boca Juniors disputam uma vaga na decisão da Libertadores. A equipe brasileira joga em casa, em um estádio praticamente vazio, apesar da importância do clássico sul-americano.
O cenário parece improvável, mas foi visto anteontem, durante a decisão da penúltima fase do torneio, em sua versão feminina, toda realizada na cidade de Barueri.
A segunda edição da Taça Libertadores feminina, que terá sua final disputada hoje, às 12h, fracassa em público, exposição e na qualidade.
Não há números oficiais, mas estimativas da prefeitura local dão conta de que, em média, não mais do que 300 pessoas assistiram às partidas da primeira fase.
Para comparação, a Série D do Campeonato Brasileiro, a divisão nacional que menos registra torcedores em seus jogos, contabilizou média nove vezes maior -são 2.720 pagantes por partida.
Para os muitos torcedores que não foram à Arena Barueri, também era complicado acompanhar as partidas.
Apenas uma emissora, de TV por assinatura, transmitiu os jogos -e só os do Santos, com exceção das semifinais.
Bem diferente do ano passado, quando o ex-presidente santista Marcelo Teixeira transformou a criação do torneio continental feminino em um projeto pessoal.
Para isso, contou com o apoio da Federação Paulista de Futebol e da rede Bandeirantes, que televisionou parte dos jogos em TV aberta.
Ambos ignoram a disputa deste ano, em que as brasileiras tentam o bicampeonato contra o Everton, do Chile.
Na final do ano passado, que tinha o Santos, com Marta como principal atração, quase 15 mil pessoas foram ao estádio do Pacaembu para acompanhar a vitória brasileira na decisão. No time atual, a atacante Cristiane desfila como estrela solitária.
"Se tivermos 5.000 torcedores na decisão, está bom", afirmou o secretário de Esportes de Barueri, José Calil. Ele aponta o fato de a melhor jogadora do mundo não estar no campeonato como principal motivo pelo desinteresse. Apesar da vontade santista, não houve acerto financeiro para o retorno.
"Foi uma ducha de água fria. A gente até tentou trazer o público, sem a cobrança de ingresso. Mas não posso buscar o pessoal em casa", lamentou o secretário.
Dentro das quatro linhas, entretanto, pouco se fez para a competição merecer mais atenção. Era claro o desequilíbrio entre as equipes, todas campeãs em seus países.
Enquanto o Santos chegou à final com cinco vitórias e 24 gols marcados, as peruanas do Universidad de Iquitos foram eliminadas do torneio com quatro derrotas e um incrível saldo de -28 -marcou apenas dois gols e foi vazado 30 vezes. (LEONARDO LOURENÇO)

NA TV
Santos x Everton
Final da 2ª Libertadores feminina 12h Sportv


Texto Anterior: Atletismo: Após domínio eritreu, Quênia vence Mundial
Próximo Texto: Conmebol sofre para organizar sul-americano
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.