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FUTEBOL
Lento e abatido, atacante não repete desempenho do Real Madrid e estica jejum de gols com a camisa do Brasil
Ronaldo joga como o Ronaldo da seleção
DO ENVIADO A LIMA
Os jogadores da seleção brasileira apostaram que Ronaldo seria o melhor em campo contra o
Peru, mas o palpite estava errado.
Ontem, o atacante do Real Madrid manteve a rotina de só brilhar por seu clube em 2003.
Na equipe nacional, o mais famoso jogador do país voltou a ter
uma atuação apagada, sem dar o
troco nos peruanos, que o provocaram nos últimos dias.
O atacante prometera que a sua
separação de Milene não afetaria
seu rendimento e que iria marcar
pelo menos uma vez no jogo em
Lima, mas se mostrou abatido em
campo e passou em branco.
Queimou a língua e viu aumentar o seu jejum de gols pela seleção. Agora são três jogos seguidos
sem balançar as redes pelo Brasil.
Novamente, Ronaldo viu adiado o sonho de marcar o seu 50º
gol com a camisa amarela -o
atacante sonha também em superar Pelé em gols pela seleção.
A habilidade e as arrancadas em
direção ao gol adversário, que encantam os torcedores do Real,
mais uma vez não fizeram parte
do repertório de Ronaldo pelo time de Parreira neste ano.
No primeiro tempo da partida,
ele não fez nenhuma finalização e
nenhum cruzamento. O fraco
rendimento fez Ronaldo ser esquecido pelos colegas. Tanto que
ele foi o menos acionado nos 45
minutos iniciais, ao lado do zagueiro Roque Júnior. Cada um recebeu apenas nove bolas, segundo estatísticas do Datafolha.
Na etapa inicial, ele roubou
duas bolas, mas perdeu quatro.
No segundo tempo, foi mais procurado e terminou o jogo sendo
acionado em 22 oportunidades.
Aos 25min da etapa final, na jogada que mais assustou os peruanos, acertou a trave e na sequência mandou para as redes. O juiz,
porém, anotou impedimento.
Ele perdeu mais duas chances
(as únicas finalizações que fez na
partida) para marcar. Lento, não
acompanhou os companheiros
Kaká e Rivaldo. Demonstrando
estar cansado, muitas vezes ficou
andando com as mãos na cintura.
Um lance, aos 40min, foi o mais
emblemático da fase atual do atacante com a camisa amarela. Ao
perder a bola, fez uma falta por
trás num adversário.
A atuação de ontem aumentou
o abismo entre o Ronaldo da seleção e o do Real. Pelo Brasil, disputou sete jogos e fez só um gol em
2003 -média é de 0,14, a pior de
sua carreira pela equipe nacional.
No time espanhol, ele parece ser
outro jogador, com muito mais
facilidade para superar os goleiros
adversários. Sua média lá é de 0,79
gol por partida.
A repetição do fraco desempenho de Ronaldo não foi suficiente
para fazer o técnico Carlos Alberto Parreira deixar de apostar no
principal jogador da conquista do
pentacampeonato mundial.
Mesmo com o fraco desempenho nos 90 minutos e com colegas
atuando melhor, ele ficou em
campo até o final.
Nos vestiários, Parreira, assim
como os atletas, evitaram comentar a atuação de Ronaldo.
"Não falo sobre atuações individuais de jogadores", esquivou-se
o treinador. "Não cabe a mim
analisar o desempenho de Ronaldo", limitou-se a dizer Emerson.
(PAULO COBOS)
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