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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Lento e abatido, atacante não repete desempenho do Real Madrid e estica jejum de gols com a camisa do Brasil

Ronaldo joga como o Ronaldo da seleção

DO ENVIADO A LIMA

Os jogadores da seleção brasileira apostaram que Ronaldo seria o melhor em campo contra o Peru, mas o palpite estava errado.
Ontem, o atacante do Real Madrid manteve a rotina de só brilhar por seu clube em 2003.
Na equipe nacional, o mais famoso jogador do país voltou a ter uma atuação apagada, sem dar o troco nos peruanos, que o provocaram nos últimos dias.
O atacante prometera que a sua separação de Milene não afetaria seu rendimento e que iria marcar pelo menos uma vez no jogo em Lima, mas se mostrou abatido em campo e passou em branco.
Queimou a língua e viu aumentar o seu jejum de gols pela seleção. Agora são três jogos seguidos sem balançar as redes pelo Brasil.
Novamente, Ronaldo viu adiado o sonho de marcar o seu 50º gol com a camisa amarela -o atacante sonha também em superar Pelé em gols pela seleção.
A habilidade e as arrancadas em direção ao gol adversário, que encantam os torcedores do Real, mais uma vez não fizeram parte do repertório de Ronaldo pelo time de Parreira neste ano.
No primeiro tempo da partida, ele não fez nenhuma finalização e nenhum cruzamento. O fraco rendimento fez Ronaldo ser esquecido pelos colegas. Tanto que ele foi o menos acionado nos 45 minutos iniciais, ao lado do zagueiro Roque Júnior. Cada um recebeu apenas nove bolas, segundo estatísticas do Datafolha.
Na etapa inicial, ele roubou duas bolas, mas perdeu quatro. No segundo tempo, foi mais procurado e terminou o jogo sendo acionado em 22 oportunidades.
Aos 25min da etapa final, na jogada que mais assustou os peruanos, acertou a trave e na sequência mandou para as redes. O juiz, porém, anotou impedimento.
Ele perdeu mais duas chances (as únicas finalizações que fez na partida) para marcar. Lento, não acompanhou os companheiros Kaká e Rivaldo. Demonstrando estar cansado, muitas vezes ficou andando com as mãos na cintura.
Um lance, aos 40min, foi o mais emblemático da fase atual do atacante com a camisa amarela. Ao perder a bola, fez uma falta por trás num adversário.
A atuação de ontem aumentou o abismo entre o Ronaldo da seleção e o do Real. Pelo Brasil, disputou sete jogos e fez só um gol em 2003 -média é de 0,14, a pior de sua carreira pela equipe nacional.
No time espanhol, ele parece ser outro jogador, com muito mais facilidade para superar os goleiros adversários. Sua média lá é de 0,79 gol por partida.
A repetição do fraco desempenho de Ronaldo não foi suficiente para fazer o técnico Carlos Alberto Parreira deixar de apostar no principal jogador da conquista do pentacampeonato mundial.
Mesmo com o fraco desempenho nos 90 minutos e com colegas atuando melhor, ele ficou em campo até o final.
Nos vestiários, Parreira, assim como os atletas, evitaram comentar a atuação de Ronaldo.
"Não falo sobre atuações individuais de jogadores", esquivou-se o treinador. "Não cabe a mim analisar o desempenho de Ronaldo", limitou-se a dizer Emerson. (PAULO COBOS)


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