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VÔLEI
Missão cumprida
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A Copa do Mundo não mostrou mistérios: China, Brasil
e Estados Unidos ficaram com as
vagas para Atenas. Argentina e
Cuba estão sorrindo à toa: agora
são as favoritas nos Pré-Olímpicos continentais. O resultado não
foi bom para as européias. Itália e
Rússia vão ter uma batalha dura
para irem à Olimpíada.
Quem acompanhou o torneio
deve ter ficado com uma questão:
pelo tanto que evoluiu na reta final, será que as brasileiras conseguiriam bater as chinesas se o jogo tivesse sido na última rodada,
e não na abertura da competição?
Independentemente da resposta, há uma certeza: a Copa do
Mundo, que é disputada em turno único, começou de trás para a
frente. O primeiro jogo foi a grande final. Nas duas últimas colunas, afirmei que o Brasil, pelo que
estava jogando nas primeiras rodadas, ainda teria que treinar
muito para vencer as chinesas.
Ainda apostaria minhas fichas
na China, mas não mais com tanta certeza. O Brasil, que está sendo comandado pelo técnico José
Roberto Guimarães há cerca de
apenas três meses, era um mistério não só para os adversários,
mas para quem acompanha vôlei: o time ainda não tinha passado por grandes testes.
A Copa do Mundo teve um jogo
divisor de águas para o Brasil: a
vitória sobre a República Dominicana. A seleção estava perdendo por 2 sets a 1 no jogo e por 24 a
23 no quarto set. Naquele momento, uma derrota complicaria
as chances brasileiras. Com uma
sequência incrível de defesas, o time virou o set e a partida.
A seleção ainda teve um jogo
complicado contra Cuba. Mas,
depois disso, superou a irregularidade e se acertou. Ou melhor:
acertou o saque e, por consequência, o bloqueio passou a dar show.
Quem diria: Valeskinha, de 1,80
m, foi a melhor bloqueadora do
torneio. Walewska ficou em quinto nesse fundamento.
O que mais impressionou na seleção foi a defesa, liderada pela
Arlene, a líbero mais eficiente da
Copa. O certo é que está difícil de
a bola cair na quadra brasileira.
E você sabe: quando a defesa funciona, o time pode contra-atacar.
E essa foi uma arma poderosa do
Brasil nos últimos jogos.
Para Atenas, o técnico José Roberto ainda terá que resolver uma
grande questão: quem será a
oposto titular? Bia viajou como titular por causa das contusões de
Leila e Elisângela. Na Copa, ela se
machucou e Raquel, de 1,91 m, assumiu a vaga: jogou bem e ainda
mostrou um saque poderoso.
Pelo porte físico, Raquel seria a
ideal, mas, assim como Elisângela, ela tem um histórico de irregularidade: alterna grandes jogos
com alguns complicados. Se bem
que, na Copa, Raquel pareceu
bem mais segura e manteve a regularidade. Se continuar assim,
será uma boa alternativa.
O torneio masculino começou
ontem com uma grande atuação
do Brasil na vitória por 3 a 0 sobre
a Coréia. O que mais chamou a
atenção foram as jogadas rápidas
do fundo de quadra de Giovane,
que começou como titular no lugar de Giba. A seleção pega hoje a
França e, na quinta, encara a Itália, uma das favoritas na luta por
uma das três vagas para Atenas.
400 jogos
O confronto hoje diante da França é especial para o atacante Giovane. Ele vai completar 400 partidas com a camisa da seleção. Com 33
anos, o jogador tem os dois principais títulos da história do vôlei brasileiro: foi campeão olímpico em 1992, nos Jogos de Barcelona, e
campeão mundial em 2002, na Argentina.
A festa
Místico e supersticioso, o técnico José Roberto Guimarães teve ao seu
lado, durante a Copa do Mundo, as imagens de seus dois santos protetores: São Tiago e Santa Edwiges. Nos Jogos de Barcelona, quando
dirigiu a seleção masculina na conquista do título olímpico, ele levou
Santa Edwiges. Desta vez, ele também carregou São Tiago, de quem
se tornou seguidor após a caminhada que fez neste ano na Espanha.
E-mail cidasan@uol.com.br
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