São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Brasil monta 1ª seleção de futebol americano

Sem patrocinadores e com equipamentos cedidos pelos vizinhos, equipe faz hoje, no Uruguai, sua primeira apresentação oficial

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pentacampeão e único país a participar de todas as Copas do Mundo, principal centro do futsal no planeta, inventor do futevôlei e foco do futebol de praia, o Brasil inicia hoje um novo capítulo no futebol.
Em Montevidéu, contra o Uruguai, a seleção brasileira disputa o primeiro jogo de futebol americano de sua história.
Diferentemente do que acontece com a bola redonda, a equipe de futebol americano não conta com patrocinadores.
Assim, encarou uma série de dificuldades para atender ao convite dos uruguaios e participar do inédito confronto. O primeiro desafio foi montar a delegação, de 43 atletas, oriundos de quatro Estados do país.
A Afab (Associação de Futebol Americano do Brasil) não tinha como mandar observadores aos sete Estados que tinham postulantes ao time. A solução foi elaborar um caderno de testes de jogadores e orientar "olheiros" -entusiastas mais antigos da modalidade espalhados pelo país.
"A partir dos testes, foi elaborado o ranking por posição, que serviu de base para a convocação final", diz Rodrigo Hermida, 34, fundador e diretor da Afab, ex-jogador, coordenador defensivo da seleção e um dos organizadores da viagem.
Privilegiou-se o comportamentos dos atletas -a Afab insiste que não pode haver confusão no jogo- e a polivalência.
Como cada jogador paga do seu próprio bolso a ida ao Uruguai, não foi possível realizar treinos antes do embarque.
"Seria oneroso demais para o pessoal obrigá-los a bancar duas viagens, uma para jogar e outra para a seleção se reunir e treinar em território nacional. A alternativa foi marcar a partida para um feriado, o que permitiu dias de treino no Uruguai antes do jogo", diz Hermida.
Segundo ele, apesar de ser o primeiro jogo oficial de futebol americano (com regras e equipamentos iguais aos da liga universitária dos EUA), muitos jogadores já têm experiência na modalidade. "Vários fizeram intercâmbio, jogaram nas escolas de lá. Além de atuarem nas disputas de flag, grama ou areia [vertentes do esporte praticadas no Brasil]."
Mesmo com alguma experiência em jogar plenamente equipados, os brasileiros dependem da boa vontade dos adversários. "Poucos dos nossos jogadores têm os protetores e o capacete. A liga uruguaia nos emprestará os deles."
Os juízes também serão uruguaios. Apesar de os adversários serem mais experientes -há três anos integram a federação internacional-, ele acredita num resultado positivo.
"Nosso time pode surpreender. É assim no futebol americano: se derem bobeira, vamos ganhar", finaliza Hermida, na esperança de que a seleção volte ao país ao menos com um nome de guerra -praxe entre as seleções de futebol americano.


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