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Brasil monta 1ª seleção de futebol americano
Sem patrocinadores e com equipamentos cedidos pelos vizinhos, equipe faz hoje, no Uruguai, sua primeira apresentação oficial
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pentacampeão e único país a
participar de todas as Copas do
Mundo, principal centro do
futsal no planeta, inventor do
futevôlei e foco do futebol de
praia, o Brasil inicia hoje um
novo capítulo no futebol.
Em Montevidéu, contra o
Uruguai, a seleção brasileira
disputa o primeiro jogo de futebol americano de sua história.
Diferentemente do que
acontece com a bola redonda, a
equipe de futebol americano
não conta com patrocinadores.
Assim, encarou uma série de
dificuldades para atender ao
convite dos uruguaios e participar do inédito confronto. O primeiro desafio foi montar a delegação, de 43 atletas, oriundos
de quatro Estados do país.
A Afab (Associação de Futebol Americano do Brasil) não
tinha como mandar observadores aos sete Estados que tinham postulantes ao time. A
solução foi elaborar um caderno de testes de jogadores e
orientar "olheiros" -entusiastas mais antigos da modalidade
espalhados pelo país.
"A partir dos testes, foi elaborado o ranking por posição, que
serviu de base para a convocação final", diz Rodrigo Hermida, 34, fundador e diretor da
Afab, ex-jogador, coordenador
defensivo da seleção e um dos
organizadores da viagem.
Privilegiou-se o comportamentos dos atletas -a Afab insiste que não pode haver confusão no jogo- e a polivalência.
Como cada jogador paga do
seu próprio bolso a ida ao Uruguai, não foi possível realizar
treinos antes do embarque.
"Seria oneroso demais para o
pessoal obrigá-los a bancar
duas viagens, uma para jogar e
outra para a seleção se reunir e
treinar em território nacional.
A alternativa foi marcar a partida para um feriado, o que permitiu dias de treino no Uruguai
antes do jogo", diz Hermida.
Segundo ele, apesar de ser o
primeiro jogo oficial de futebol
americano (com regras e equipamentos iguais aos da liga universitária dos EUA), muitos jogadores já têm experiência na
modalidade. "Vários fizeram
intercâmbio, jogaram nas escolas de lá. Além de atuarem nas
disputas de flag, grama ou areia
[vertentes do esporte praticadas no Brasil]."
Mesmo com alguma experiência em jogar plenamente
equipados, os brasileiros dependem da boa vontade dos adversários. "Poucos dos nossos
jogadores têm os protetores e o
capacete. A liga uruguaia nos
emprestará os deles."
Os juízes também serão uruguaios. Apesar de os adversários serem mais experientes
-há três anos integram a federação internacional-, ele acredita num resultado positivo.
"Nosso time pode surpreender. É assim no futebol americano: se derem bobeira, vamos
ganhar", finaliza Hermida, na
esperança de que a seleção volte ao país ao menos com um nome de guerra -praxe entre as
seleções de futebol americano.
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