São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Mercedes deixa McLaren e toma Brawn

Montadora alemã deixa de ser acionista minoritária de uma para ser majoritária de outra equipe da F-1 já em 2010

Depois de salvar Honda e conquistar Mundiais em 2009, Ross Brawn vende sua parte para empresa, mas segue como chefe do time

DA REPORTAGEM LOCAL

Na contramão das montadoras japonesas, a Mercedes anunciou ontem a compra de 75% da Brawn GP e a criação de uma equipe de fábrica a partir do Mundial de 2010 da F-1.
Ao mesmo tempo, a gigante alemã irá se desfazer dos 40% que tinha da McLaren e passará de acionista a apenas fornecedora de motores da equipe inglesa até, pelo menos, 2015.
A negociação, que já era esperada pela categoria nos últimos meses, ainda depende da aprovação da União Europeia e de algumas autoridades suíças.
Quando concluída, a Mercedes GP passará a ser 45,1 % de propriedade da Daimler, 30% da Aabar -um grupo de investimentos de Abu Dhabi, que detém 9,1% da Daimler- e o restante continuará com os atuais donos, Ross Brawn entre eles.
"Passamos por 12 meses incríveis", disse o dirigente. "Da luta pela sobrevivência, ao início da parceria com a Mercedes, às vitórias nos Mundiais de Pilotos e Construtores e à aceitação desta proposta para comprar nossa equipe, o que certamente irá assegurar nosso futuro", resumiu Brawn, que comprou o espólio da Honda depois que a montadora japonesa anunciou que deixaria a F-1.
Detalhes financeiros da negociação não foram divulgados, mas estima-se que Brawn tenha a receber cerca de 30 milhões de libras (aproximadamente R$ 86 milhões) pela venda de sua parte na equipe.
Será a primeira vez desde o Mundial de 1955 que a Mercedes terá uma equipe própria na principal categoria do esporte.
Afastada das competições no final daquele ano -um acidente nas 24 Horas de Le Mans matou ao menos 82 espectadores e fez com que a montadora decidisse deixar o esporte-, a Mercedes voltou ao automobilismo em 1988 e à F-1 em 1994, mas só como fornecedora de motores da Sauber na época.
No ano seguinte, migrou para a McLaren, onde viu a parceria crescer até tornar-se coproprietária da equipe em 2000.
Agora, de acordo com o comunicado divulgado ontem, as divergências nos rumos das duas empresas fizeram com que a sociedade terminasse.
"Nossa relação com a McLaren foi afetada nos últimos anos pelo fato de os demais acionistas estarem interessados em criar uma nova empresa automotiva, que inclui carros esportivos e superesportivos", justificou Dieter Zetsche, presidente da Daimler. "Este não é o interesse da Mercedes-Benz nem da Daimler", completou.
Apesar de não dizer oficialmente, outro motivo para o afastamento das duas empresas foi a série de escândalos em que a McLaren se envolveu nos últimos anos -desde o caso de espionagem com a Ferrari à mentira contada por Lewis Hamilton comissários do GP da Austrália no início deste ano.
Segundo Ron Dennis, chefe do Grupo McLaren e grande incentivador dos novos rumos da empresa, todos sairão ganhando com o fim da parceria. "Sempre disse que para sobreviver na F-1 um time tem que ser muito mais que só um time."


Com agências internacionais

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