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Mercedes deixa McLaren e toma Brawn
Montadora alemã deixa de ser acionista minoritária de uma para ser majoritária de outra equipe da F-1 já em 2010
Depois de salvar Honda e conquistar Mundiais em 2009, Ross Brawn vende sua parte para empresa, mas segue como chefe do time
DA REPORTAGEM LOCAL
Na contramão das montadoras japonesas, a Mercedes
anunciou ontem a compra de
75% da Brawn GP e a criação de
uma equipe de fábrica a partir
do Mundial de 2010 da F-1.
Ao mesmo tempo, a gigante
alemã irá se desfazer dos 40%
que tinha da McLaren e passará
de acionista a apenas fornecedora de motores da equipe inglesa até, pelo menos, 2015.
A negociação, que já era esperada pela categoria nos últimos
meses, ainda depende da aprovação da União Europeia e de
algumas autoridades suíças.
Quando concluída, a Mercedes GP passará a ser 45,1 % de
propriedade da Daimler, 30%
da Aabar -um grupo de investimentos de Abu Dhabi, que detém 9,1% da Daimler- e o restante continuará com os atuais
donos, Ross Brawn entre eles.
"Passamos por 12 meses incríveis", disse o dirigente. "Da
luta pela sobrevivência, ao início da parceria com a Mercedes, às vitórias nos Mundiais de
Pilotos e Construtores e à aceitação desta proposta para comprar nossa equipe, o que certamente irá assegurar nosso futuro", resumiu Brawn, que comprou o espólio da Honda depois
que a montadora japonesa
anunciou que deixaria a F-1.
Detalhes financeiros da negociação não foram divulgados,
mas estima-se que Brawn tenha a receber cerca de 30 milhões de libras (aproximadamente R$ 86 milhões) pela venda de sua parte na equipe.
Será a primeira vez desde o
Mundial de 1955 que a Mercedes terá uma equipe própria na
principal categoria do esporte.
Afastada das competições no
final daquele ano -um acidente nas 24 Horas de Le Mans
matou ao menos 82 espectadores e fez com que a montadora
decidisse deixar o esporte-, a
Mercedes voltou ao automobilismo em 1988 e à F-1 em 1994,
mas só como fornecedora de
motores da Sauber na época.
No ano seguinte, migrou para
a McLaren, onde viu a parceria
crescer até tornar-se coproprietária da equipe em 2000.
Agora, de acordo com o comunicado divulgado ontem, as
divergências nos rumos das
duas empresas fizeram com
que a sociedade terminasse.
"Nossa relação com a McLaren foi afetada nos últimos
anos pelo fato de os demais
acionistas estarem interessados em criar uma nova empresa
automotiva, que inclui carros
esportivos e superesportivos",
justificou Dieter Zetsche, presidente da Daimler. "Este não é
o interesse da Mercedes-Benz
nem da Daimler", completou.
Apesar de não dizer oficialmente, outro motivo para o
afastamento das duas empresas foi a série de escândalos em
que a McLaren se envolveu nos
últimos anos -desde o caso de
espionagem com a Ferrari à
mentira contada por Lewis Hamilton comissários do GP da
Austrália no início deste ano.
Segundo Ron Dennis, chefe
do Grupo McLaren e grande incentivador dos novos rumos da
empresa, todos sairão ganhando com o fim da parceria. "Sempre disse que para sobreviver
na F-1 um time tem que ser
muito mais que só um time."
Com agências internacionais
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