São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Pato mira Ronaldo, mas não o gaúcho, para brilhar

Atacante do Inter tira o camisa 10 do Barcelona da lista de fontes de inspiração

Revelação, que começou no futsal, lista Cristiano Ronaldo e Ronaldo Nazário como os modelos que segue para decolar no esporte


LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O nome Ronaldo sempre inspirou Alexandre Pato e virou referência para o atacante buscar aprimoramento técnico.
Tal veneração, contudo, não vai atrapalhá-lo diante do Barcelona, seu rival de hoje na decisão do Mundial. Tudo porque o camisa 10 do clube catalão não entra na sua lista de favoritos quando o assunto é buscar modelos no mundo da bola.
Na verdade, a revelação do clube gaúcho é fã de Ronaldo Nazário e do português Cristiano Ronaldo, nos quais se espelha para deslanchar no futebol.
Com origem no futsal, Alexandre adotou o nome da cidade natal, a paranaense Pato Branco, e, pouco depois de completar 17 anos (nasceu em 2 de setembro de 1989), tornou-se a surpresa do Inter.
O coordenador técnico das categorias de base coloradas, Jorge Macedo, tornou-se conselheiro do garoto em 2002.
Quando chegou ao estádio Beira-Rio, Pato tinha características do futsal, como o drible curto. A predileção pelos Ronaldos -o Nazário e o português- se deve àquela que é sua meta em termos técnicos: aprimorar sempre o arranque. Os dois servem de exemplo.
"Ele sempre teve muito potencial e estava sendo preparado para uma oportunidade como esta [a decisão do Mundial de Clubes]. A idéia, a princípio, era lançá-lo em 2007, mas tudo bem, ele está pronto tanto tecnicamente quanto emocionalmente", diz Macedo, que trabalha há 11 anos no Inter.
Com 1,79 m e 71 kg, Alexandre Pato é hábil com a bola, veloz e forte. ""Pode ser um novo Ronaldinho", cogita o treinador, referindo-se ao gaúcho, seu rival no jogo de hoje.
Para a partida, Macedo atribui à ""frieza" de Pato a esperança de que faça um bom jogo. "Ele cresce na dificuldade. Se a bola cair no pé dele, se derem uma brecha, ele decide este jogo", diz, confiante nas qualidades de seu pupilo.
Quando começou no Inter, a experiência de Pato se resumia ao futsal. A adaptação ao campo foi feita entre dezembro de 2001 e março de 2002. Para o garoto, que quando criança tinha como brinquedos tudo o que fosse esférico -jogava bola com limões e laranjas-, a adaptação foi tranqüila.
Seu despertar no cenário nacional ocorreu nas rodadas finais do recém-encerrado Campeonato Brasileiro. Pato foi escalado para o duelo contra o Palmeiras. Fez dois gols na vitória de 4 a 1 do clube gaúcho, que atuou fora de casa.
Os pais de Pato, Geraldo da Silva e Roseli da Silva, e toda a família em Pato Branco, vão se reunir para ver o jogo de hoje com grande ansiedade.
Uma das estratégias para preservar o jogador é manter discrição a seu respeito, evitando badalações. A família não quis falar muito sobre seu membro ilustre.
Uma das preocupações de Geraldo da Silva foi justamente evitar que o filho seguisse o exemplo de Ronaldinho -na sua relação com o rival Grêmio- e deixasse o Inter precocemente. ""Sei que o destino do meu filho é a Europa, mas queria que ele fosse visto aqui primeiro", diz o pai.


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