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Pato mira Ronaldo, mas não o gaúcho, para brilhar
Atacante do Inter tira o camisa 10 do Barcelona da lista de fontes de inspiração
Revelação, que começou no futsal, lista Cristiano Ronaldo e Ronaldo Nazário como os modelos que segue para decolar no esporte
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O nome Ronaldo sempre inspirou Alexandre Pato e virou
referência para o atacante buscar aprimoramento técnico.
Tal veneração, contudo, não
vai atrapalhá-lo diante do Barcelona, seu rival de hoje na decisão do Mundial. Tudo porque
o camisa 10 do clube catalão
não entra na sua lista de favoritos quando o assunto é buscar
modelos no mundo da bola.
Na verdade, a revelação do
clube gaúcho é fã de Ronaldo
Nazário e do português Cristiano Ronaldo, nos quais se espelha para deslanchar no futebol.
Com origem no futsal, Alexandre adotou o nome da cidade natal, a paranaense Pato
Branco, e, pouco depois de
completar 17 anos (nasceu em 2
de setembro de 1989), tornou-se a surpresa do Inter.
O coordenador técnico das
categorias de base coloradas,
Jorge Macedo, tornou-se conselheiro do garoto em 2002.
Quando chegou ao estádio
Beira-Rio, Pato tinha características do futsal, como o drible
curto. A predileção pelos Ronaldos -o Nazário e o português- se deve àquela que é sua
meta em termos técnicos: aprimorar sempre o arranque. Os
dois servem de exemplo.
"Ele sempre teve muito potencial e estava sendo preparado para uma oportunidade como esta [a decisão do Mundial
de Clubes]. A idéia, a princípio,
era lançá-lo em 2007, mas tudo
bem, ele está pronto tanto tecnicamente quanto emocionalmente", diz Macedo, que trabalha há 11 anos no Inter.
Com 1,79 m e 71 kg, Alexandre Pato é hábil com a bola, veloz e forte. ""Pode ser um novo
Ronaldinho", cogita o treinador, referindo-se ao gaúcho,
seu rival no jogo de hoje.
Para a partida, Macedo atribui à ""frieza" de Pato a esperança de que faça um bom jogo.
"Ele cresce na dificuldade. Se a
bola cair no pé dele, se derem
uma brecha, ele decide este jogo", diz, confiante nas qualidades de seu pupilo.
Quando começou no Inter, a
experiência de Pato se resumia
ao futsal. A adaptação ao campo
foi feita entre dezembro de
2001 e março de 2002. Para o
garoto, que quando criança tinha como brinquedos tudo o
que fosse esférico -jogava bola
com limões e laranjas-, a adaptação foi tranqüila.
Seu despertar no cenário nacional ocorreu nas rodadas finais do recém-encerrado Campeonato Brasileiro. Pato foi escalado para o duelo contra o
Palmeiras. Fez dois gols na vitória de 4 a 1 do clube gaúcho,
que atuou fora de casa.
Os pais de Pato, Geraldo da
Silva e Roseli da Silva, e toda a
família em Pato Branco, vão se
reunir para ver o jogo de hoje
com grande ansiedade.
Uma das estratégias para
preservar o jogador é manter
discrição a seu respeito, evitando badalações. A família não
quis falar muito sobre seu
membro ilustre.
Uma das preocupações de
Geraldo da Silva foi justamente
evitar que o filho seguisse o
exemplo de Ronaldinho -na
sua relação com o rival Grêmio- e deixasse o Inter precocemente. ""Sei que o destino do
meu filho é a Europa, mas queria que ele fosse visto aqui primeiro", diz o pai.
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