São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Palaia oficializa demissão em cartório

Presidente do Palmeiras, que convidou ex-diretor para assumir outro cargo, receberá desligamento por meio da Justiça

Ex-dirigente alega falta de condições psicológicas e físicas, aponta calúnia, cita Churchill e diz que a "história alviverde" o julgará


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Salvador Hugo Palaia enfim entregou a sua carta de demissão. Mas Affonso della Monica ainda não a recebeu. Ela foi registrada em cartório anteontem e deverá ser entregue ao presidente palmeirense até terça por um oficial de Justiça.
Na primeira pessoa do plural, o ex-diretor de futebol alega que em "momento de extrema conturbação política, onde somos alvos de todo o tipo de calúnias, injúrias e difamações, não conseguimos condições de concentrar esforços físicos e psicológicos" para continuar.
Enquanto ele registrava a carta, a diretoria o considerava licenciado. Palaia redigiu sua demissão na última quinta-feira, dois dias após Gilberto Cipullo ser empossado no cargo.
O documento, ao qual a Folha teve acesso, não é ofensivo a Della Monica. Nele, Palaia até faz citações ao líder britânico Winston Churchill (1874-1965). Antes, porém, alfineta a administração anterior.
Escreveu sobre antes de sua gestão: "tínhamos perdido até a possibilidade de sonhar com vitórias, de almejar títulos", em referência à administração de Mustafá Contursi. Depois, cita Churchill ao dizer que aceitou o cargo, em fevereiro de 2005, por "ser preciso sonhar". "Ou, consoante às palavras de Winston Churchill, "buscando alcançar as estrelas com as mãos, sem tirar os pés da terra'".
Registra, sem citar nomes, que contratou jogadores e técnicos consagrados, além de ter reformado o vestiário e melhorado a sala de imprensa.
"É inegável que passamos por sérias dificuldades no último Campeonato Brasileiro, mas, para a tristeza de alguns falsos palmeirenses, não fomos rebaixados", diz.
Antes de terminar, agradece ao presidente por tê-lo convidado para ser seu vice ou diretor financeiro do futebol na nova chapa. "A história Alviverde me julgará", completa.
A carta é um alívio para Della Monica que, após negociar o cargo para atrair opositores, demonstrava temor em demiti-lo e perder o apoio de seu grupo na eleição de janeiro.


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