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Palaia oficializa demissão em cartório
Presidente do Palmeiras, que convidou ex-diretor para assumir outro cargo, receberá desligamento por meio da Justiça
Ex-dirigente alega falta de condições psicológicas e físicas, aponta calúnia,
cita Churchill e diz que a "história alviverde" o julgará
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Salvador Hugo Palaia enfim
entregou a sua carta de demissão. Mas Affonso della Monica
ainda não a recebeu. Ela foi registrada em cartório anteontem e deverá ser entregue ao
presidente palmeirense até terça por um oficial de Justiça.
Na primeira pessoa do plural,
o ex-diretor de futebol alega
que em "momento de extrema
conturbação política, onde somos alvos de todo o tipo de calúnias, injúrias e difamações,
não conseguimos condições de
concentrar esforços físicos e
psicológicos" para continuar.
Enquanto ele registrava a
carta, a diretoria o considerava
licenciado. Palaia redigiu sua
demissão na última quinta-feira, dois dias após Gilberto Cipullo ser empossado no cargo.
O documento, ao qual a Folha teve acesso, não é ofensivo
a Della Monica. Nele, Palaia até
faz citações ao líder britânico
Winston Churchill (1874-1965). Antes, porém, alfineta a
administração anterior.
Escreveu sobre antes de sua
gestão: "tínhamos perdido até a
possibilidade de sonhar com
vitórias, de almejar títulos", em
referência à administração de
Mustafá Contursi. Depois, cita
Churchill ao dizer que aceitou
o cargo, em fevereiro de 2005,
por "ser preciso sonhar". "Ou,
consoante às palavras de Winston Churchill, "buscando alcançar as estrelas com as mãos,
sem tirar os pés da terra'".
Registra, sem citar nomes,
que contratou jogadores e técnicos consagrados, além de ter
reformado o vestiário e melhorado a sala de imprensa.
"É inegável que passamos
por sérias dificuldades no último Campeonato Brasileiro,
mas, para a tristeza de alguns
falsos palmeirenses, não fomos
rebaixados", diz.
Antes de terminar, agradece
ao presidente por tê-lo convidado para ser seu vice ou diretor financeiro do futebol na nova chapa. "A história Alviverde
me julgará", completa.
A carta é um alívio para Della
Monica que, após negociar o
cargo para atrair opositores,
demonstrava temor em demiti-lo e perder o apoio de seu
grupo na eleição de janeiro.
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