São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Salto inovador coroa Diego na Copa

Ginasta se torna o mais jovem bicampeão da finalíssima no solo e eterniza seu nome no esporte com acrobacia inédita

Atleta festeja ouro ao lado da namorada, dedica feito ao treinador e diz já ter prontas variações do salto para exibir no Pan-2007


Lalo de Almeida/Folha Imagem
Diego Hypólito salta durante a apresentação que lhe rendeu o bicampeonato da finalíssima da Copa do Mundo no Ibirapuera


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ginasta Diego Hypólito tornou-se ontem o mais jovem bicampeão de solo da história na finalíssima da Copa do Mundo.
Primeiro a se exibir no tablado do ginásio do Ibirapuera, o atleta paulista abriu a série com o Hypólito, salto inédito que consiste num duplo mortal para a frente carpado (com as pernas estendidas junto ao corpo), mais uma pirueta.
"Dei um passinho a mais durante a execução do Hypólito, que deve ter me custado 0,30 ponto. Fiquei com medo de sair do tablado, mas deu certo e agora, por ser um elemento inédito, meu nome ficará para sempre no código de pontuação."
Ao som de um chorinho, inovação da confederação brasileira para "coreografar as apresentações", ele cumpriu a série em 1min08s e tirou 16,050, ficando bem à frente dos canadenses Kyle Shewfelt (15,650), campeão olímpico, e Brandon O'Neill (15,625), que completaram o pódio no solo.
Além de eternizar seu nome na modalidade, Diego se igualou a Daiane dos Santos no posto de maior medalhista do Brasil na Copa. Agora, cada um ostenta nove ouros, uma prata e três bronzes no torneio, contudo, além de ser bi da finalíssima da Copa, o ginasta leva vantagem por ter dois pódios em Mundiais (ouro e prata) contra um da ginasta gaúcha (ouro).
O bi na finalíssima -ele já havia vencido em 2004, em Birmingham- coloca Diego ao lado do chinês Li Ning, que se sagrou campeão em Zagreb-82 e Pequim-86. Contudo, apesar da coincidência de ambos faturarem o segundo ouro diante de suas torcidas, o brasileiro atingiu o feito com só 20 anos, três a menos do que o chinês.
"Fiz no final da série a passada que tinha usado pela última vez na finalíssima de 2004. E deu sorte. Agora dificultarei mais a série para o Pan e o Mundial", disse Diego, revelando ter variações do Hypólito.
Pela primeira vez no ano com a família toda reunida -ele vive com o pai e o irmão no Rio, enquanto a mãe mora com Daniele em Curitiba-, Diego festejou o título com a namorada, a analista de suprimentos Luciana Hemais. "Dei sorte a ele. Tremi muito durante a prova", disse ela, que ganhou um beijo do campeão logo após a conquista.
O técnico Renato Araújo, para quem Diego dedicou o salto inovador, disse que o segredo foi o aquecimento. "Ele fez as superstições dele e não veio de van para o ginásio. Preferiu caminhar. Disse que em 2005 veio de van e, depois, se machucou [fraturou o pé direito e nem competiu]. Mas ele nunca aqueceu tão bem. Foi perfeito. E no Hypólito também, ele só não podia cair", disse Araújo, que dirige o atleta há 12 anos.
Diego, que atuou com uma bota de esparadrapo no pé esquerdo, resquício da fratura que sofreu em agosto, no Brasileiro, quando exibiu pela primeira vez o Hypólito, volta a atuar hoje na decisão do salto, quando terá pela frente o romeno Marian Dragulescu.
A rivalidade entre ambos foi acirrada no solo do Mundial, em outubro, quando Diego foi prata e apontou falhas no júri. "Na Romênia, dizem que eu mereci vencer. Trata-se de ponto de vista", falou o romeno.


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