São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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TÊNIS

Miserê


Por mais um ano, o tênis feminino nacional faz feio. A mudança passa primeiro pela atitude das tenistas do país?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

PEDIRAM A confirmação: sim, este ano caminha para o fim com a melhor tenista brasileira como número 344 do ranking.
Miséria pouca é bobagem. Por que nosso tênis feminino não desponta?
A CBT, no seu papel, esbanja confiança. Anuncia novo treinador para a Fed Cup, Raul Ranzinger, e que as meninas serão prioridade neste próximo ano. Quem aposta?
Enfim, nossas tenistas são ruins?
Nossos dirigentes não dirigem?
Nossos apoiadores não apóiam?
Nossos técnicos não treinam? Um pouco de tudo? Nada a ver?
"Como colher, se não se plantou?", questiona Carlos Alberto Kirmayr, hoje o maior expert em tênis feminino no país. "Sem proselitismo, a verdade é que, excetuando-se o trabalho de formiguinha do Instituto Lob desde 2005, nada foi feito."
Um pouco mais afastado, o também treinador Ricardo Acioly dá uma visão geral: "Na estrutura, temos o problema de poucos torneios locais, poucos locais específicos onde possam treinar, e por aí vai...".
Mas segue: "Acho que a maior dificuldade é como encontrar sintonia para lidar com a "vida de tenista", que é abandonar tudo em uma idade precoce e encarar o tênis sem a certeza de que vai ser bem-sucedida, de que dará certo ou valerá a pena".
Será que a crítica, ou boa parte dela, deve ser dirigida às tenistas?
Perguntei a outro treinador a maior qualidade da tenista brasileira. Pedindo reserva, disse que é "descobrir onde são as festinhas nos torneios". Cruel ou real?
"Uma coisa importante é não ter vergonha de ficar feia, grande e musculosa. Se resolver ser tenista, tem que fazer todos os esforços. Poucas, ou quase nenhuma, aceitam", afirma Fernando Meligeni, que, agora tio de tenista, tem visão privilegiada.
É justo criticar só as tenistas?
Mesmo que existam outros problemas, e eles, sim, existem, há que se cobrar, hoje, sempre, sem desmerecer todas as meninas, atitude das tenistas nacionais. Começa por elas.
Sem elas, o resto nem se discute.
(Como é um assunto que não se encerra fácil, a coluna segue na próxima semana com o mesmo tema.)
NO PARANÁ
Julio Silva ganhou o Future de Foz do Iguaçu ao derrotar o argentino Juan Pablo Villar na final.

NA AUSTRÁLIA
Lleyton Hewitt anunciou o nascimento do filho, Cruz. Pai pela segunda vez, retorna ao circuito depois de cirurgia e com meta de encerrar 2009 no top ten.

EM PORTO ALEGRE
As imagens mais bonitas do tênis internacional nos últimos anos feitas por um brasileiro estão em uma exposição que começa hoje, às 20h, no Bourbon Shopping Country.
"Tênis/Arte", do fotógrafo Marcelo Ruschel, vai até o dia 23.

reandaku@uol.com.br

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