São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2011

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Irmãos de atletas como Ronaldinho e Edu Dracena abraçam emprego familiar, dedicam-se a novas carreiras e ganham espaço como agentes de futebol

ADRIANO FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

A fama e o dinheiro ganhos por um jogador de futebol costumam alterar a vida de toda a família. E, em alguns casos, até criam novas carreiras para familiares.
O empresário do momento, Roberto de Assis, é irmão do seu principal agenciado, Ronaldinho. Além do caçula, agora jogador do Flamengo, ele é o responsável pela carreira de outros atletas. Em geral, jovens que ele tenta emplacar no futebol do exterior.
Assis não é figura única. Os bastidores do futebol convivem com muitos agentes que, embarcando no sucesso de seus irmãos em campo, tentam alçar novos voos na carreira de empresário.
Daniel Pereira é sempre procurado por pais de meninos maranhenses interessados em fazer carreira no futebol. Ele é irmão e empresário do atacante Kléber Pereira, que foi artilheiro do Brasileiro de 2008 e é considerado um dos melhores jogadores maranhenses da história.
"Eles sabem que eu conheço muita gente [de clubes].
Mas ainda não encontrei nenhum garoto que me enchesse os olhos", conta o agente, que procura um clube para seu irmão, desempregado desde que saiu do Vitória.
Para Daniel, a carreira de Kléber tem grande influência sobre a família. "Todo mundo depende dele, ele ajuda a maioria de nós", afirma.
Um agente que graças ao irmão já conseguiu negócio com outros jogadores é Renato Abonízio, irmão do zagueiro Edu Dracena, do Santos. Abonízio agencia a carreira de outros atletas, que estão nas categorias de base.
Ele diz que recebe 10% de todos os contratos que fecha para o irmão, mas não cobra nada dos meninos que estão começando. "Não acho justo", afirma. "Depois, quando eles tiverem um contrato melhor, quem sabe..."

PLANO DE METAS
Irmão do atacante Jonas, do Grêmio, o empresário Tiago Gonçalves interrompeu a entrevista para atender a uma ligação de negócios.
"É um atleta de bom nível, de boa estatura", afirmava ele, descrevendo um dos seus agenciados a um clube à procura de novos talentos.
Ele tem em seu cardápio três jovens de sua cidade, Taiúva, no interior de São Paulo. Diz que sempre traça um plano de metas para eles. "O mundo do futebol cria uma certa ilusão na cabeça desses jovens", justifica.
Gonçalves, que é advogado, pretende dedicar a maior parte de seu tempo à carreira de empresário de jogador.
Se Jonas ficar no Brasil -ele tem propostas do exterior, e seu futuro está indefinido no Grêmio-, Gonçalves vai mudar definitivamente de atividade ainda neste ano.
"Se não fosse o meu irmão, eu jamais pensaria em ser agente de jogador", afirma o empresário. "Tenho que aproveitar esse período em que o Jonas está em alta."


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