São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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Seleção abre temporada solo

Nilton Santos/Divulgação
Roberto Carlos, que quer evitar em 2004 o sofrimento que a seleção teve nas últimas eliminatórias


Contra Irlanda, time de Parreira inicia ano cheio, em que terá pouca concorrência no futebol

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A DUBLIN

A seleção brasileira começa hoje em Dublin, no amistoso contra a Irlanda, uma temporada cheia e em que não terá companhia para dividir os holofotes e a pressão.
Em 2004, não haverá time olímpico ou mesmo sul-americanos e mundiais sub-17 e sub-20. Nada de eleição na CBF, como no ano passado. O Brasileiro de pontos corridos não é mais novidade.
Assim, Carlos Alberto Parreira e seus comandados estarão na boca dos torcedores e no alvo das críticas por praticamente todo o ano, que será repleto de atividades. Serão sete jogos pelas eliminatórias para o Mundial de 2006, a Copa América do Peru e pelo menos três amistosos -um deles no badalado centenário da Fifa, em maio, contra a França.
"As dificuldades serão grandes, mas nada muito diferente do que está acostumada a seleção brasileira", disse Parreira, que em 2003 comandou o time em 12 jogos. Agora, na temporada 2004, pode encarar quase 20 partidas.
O discurso do time é semelhante, mas alguns jogadores deixam escapar a preocupação pela temporada cheia. "Espero que esse grupo entenda que a gente não pode sofrer nestas eliminatórias o que sofreu nas últimas", comentou Roberto Carlos.
Em 2001, num ano também sem atividade do time olímpico, a seleção teve uma das temporadas mais dramáticas da sua história, penando para conseguir a classificação para a Copa de 2002.
Para a seleção, mais do que a pressão, é o aperto no calendário que pode atrapalhar o time. "Em quase todos os anos nós temos essa dificuldade das datas. Nunca temos tempo para treinar", afirmou Ronaldinho, do Barcelona.
"A gente tem compromisso com os clubes e quer respeitar todos esses compromissos, mas o calendário não permite", disse Ronaldo, prevendo problemas para casar os compromissos do Real Madrid com os da seleção.
Todos os astros do time principal lamentam o fracasso do time sub-23 no Pré-Olímpico do Chile. Caso o Brasil conseguisse a vaga em Atenas, os holofotes estariam divididos, mas o lamento maior é pelo fim da chance de ir à Grécia.
"É uma pena, porque era um sonho, e isso fica adiado", declarou Ronaldo. "É um título que o Brasil não tem. Então fica a decepção de não poder disputar a Olimpíada", afirmou Kaká, que foi proibido pelo Milan de ir ao Chile. Se o trio formado por ele, Ronaldinho e Ronaldo, que atua junto desde o início pela primeira vez, aprovar, Rivaldo pode perder a vaga.
"Essa é uma oportunidade de criar alternativas e antecipar as coisas", declarou Parreira sobre as possibilidades de Kaká.
Brasil e Irlanda já se enfrentaram três vezes, com duas vitórias para a seleção e uma para os europeus -que sofreram para os rivais de hoje a maior goleada de sua história, 0 a 7, em 1982.

NA TV - Rede TV! e Sportv, ao vivo, às 16h30


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