São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009 |
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TÊNIS Diferente
RÉGIS ANDAKU COLUNISTA DA FOLHA "IHH! Mais um igual aos outros. Esse também não vai dar em nada." O comentário, decepcionado, mas agressivo, saiu de um torcedor tão logo Thomaz Bellucci viu Tommy Robredo derrotá-lo e garantir o título do Torneio da Costa do Sauipe. À parte a frustração do torcedor emocionado, é fácil dizer que, não, Bellucci não é igual aos "outros". Bellucci tem um jogo moderno. Saca bem. E não se trata de força simplesmente. Pode ser também um saque tático, como mostrou algumas vezes contra Robredo, surpreendendo o experiente espanhol. Bellucci tem bons golpes. Precisa aperfeiçoar alguns fundamentos -o backhand está mais regular, mas é um ponto fraco-, normal para um tenista em formação, como seu caso. Mas é capaz de, acuado, tirar da cartola bolas mágicas, típicas de excelentes e ousados profissionais. Bellucci gosta de treinar. E isso pode ser a diferença entre ser "mais um" e "ser um dos grandes". A constante troca de treinadores, pelo que já foi criticado, é explicada por achar que precisa "experimentar" coisas novas para evoluir constantemente. Até agora, Bellucci não desperdiçou chances -ainda que falem da derrota ontem em Buenos Aires, vale voltar ao jogo de sexta, contra um português de ranking igual para chegar à final de um ATP Tour: quantos dos "outros tenistas" sucumbiriam? Seu comportamento sob pressão merece elogios. Uma frase do tímido Bellucci diz tudo: "Hoje, quase não tem mais sets fáceis, 6/1, 6/2. A definição quase sempre é no 4/4, 5/5, então é nessas horas que você precisa estar mais concentrado, atento". Bellucci tem jogo, cabeça e ousadia. Parece que não vai enroscar em gente pequena e tende a melhorar à medida que pega "cachorros grandes". Daí a pergunta: alguém conhece um dos "outros tenistas" que apareceram depois de Guga com um jogo moderno, sacando bem e atirando bolas típicas de grandes atletas? Ou que gostasse de treinar? Que tivesse cabeça vencedora e/ou soubesse o que fazer nos momentos decisivos? De tudo o que a gente já viu por aqui, Bellucci é a melhor aposta. AINDA NA BAHIA Alguns dos brasileiros eliminados na 1ª rodada não têm do que reclamar: no quesito "balada e beijo na boca", foram os campeões. MAIS DO MESMO Após ser eliminado, Nicolás Almagro quase foi para a briga com um torcedor que o xingava. Foi necessária a intervenção de seguranças. MAIS DA BAHIA A organização admite cortar a bebida alcoólica destilada em 2010. EM SÃO PAULO? A ida de gente do governo paulista a Sauipe aumentou a especulação de que o torneio mudará de ares. reandaku@uol.com.br Texto Anterior: No escuro: TV não exibirá partida no Acre Próximo Texto: Tostão: Contradições humanas Índice |
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