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DESPORTOS AQUÁTICOS
Daniela Raddi afirma esperar sentença da Fina para poder recorrer
Acusada de doping prepara defesa
da Reportagem Local
A jogadora de pólo aquático Daniela Raddi, 23, que teve confirmado o uso de doping durante o
Mundial de Perth, na Austrália, já
está preparando sua defesa.
O teste de Raddi, 23, após o jogo
entre a seleção brasileira e o Cazaquistão (9 a 9), em 12 de janeiro,
acusou a presença de anfetamina,
um estimulante, e de hydrochlortazide, um diurético. A contraprova, divulgada sexta-feira passada,
ratificou o resultado inicial.
A atleta pode ser suspensa por
até dois anos pela Fina (Federação
Internacional de Natação), órgão
responsável pela organização do
Mundial. O Brasil corre o risco de
perder a 10ª colocação no torneio.
De acordo com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos), a decisão da Fina só
deve ocorrer no final deste mês.
""Estou tentando descobrir o que
pode ter acontecido. Pode ter sido
algum remédio ou alguma substância que meu organismo reteve", diz Raddi, que protagonizou
um dos seis casos de doping registrados na competição.
Ela afirma que no Mundial só ingeriu medicação para aliviar dores
no ombro, indicada pelo médico
da delegação brasileira, e se submeteu a sessão de acupuntura.
Logo depois da divulgação do
primeiro resultado, ainda em
Perth, o médico que assistiu à seleção, Mário Sérgio Rossi, divulgou
nota afirmando que prescreve somente antiinflamatórios não hormonais aos atletas.
Raddi diz que antes da viagem
fizera tratamento por causa de
problemas intestinais, sob orientação de seu médico particular.
""São remédios de manipulação.
A gente acha que aconteceu algum
erro na preparação desses remédios, porque eu sempre tomei cuidado para não ingerir nada que
pudesse ocasionar doping. Em novembro, eu fiz o antidoping da
CBDA, e não acusou nada".
Para Coaracy Nunes, 59, presidente da entidade, a confirmação
do doping da jogadora não coloca
em dúvida a credibilidade dos exames realizados pela Confederação
Brasileira antes do Mundial.
""Os médicos da Fina me garantiram que a substância encontrada
no corpo dela só fica retida por no
máximo 24 horas".
A atleta recorreu a quatro médicos para a preparação de sua defesa, que deve ser apresentada à Fina
após ser divulgada a sentença.
""Eu estou querendo que saia logo essa decisão. Assim defino minha vida. Ou me dão a pena ou me
absolvem. Se eu for punida, acho
difícil que eles voltem atrás."
Mesmo que prove seu doping foi
involuntário, as chances de, em
caso de punição, ter pena reduzida
ou cancelada são quase nulas.
Queixa
A jogadora reclama de que só
tem obtido informações da CBDA
por meio de Olga Pinciroli, diretora de pólo aquático.
E que somente ficou sabendo da
possibilidade de receber ajuda da
confederação para sua defesa por
meio da imprensa.
""Não entraram em contato comigo ainda. Quando há alguma
novidade, é a dona Olga (Pinciroli) quem me avisa."
Enquanto aguarda a sentença,
Raddi permanece treinando com
o grupo que disputa em março o
Sul-Americano.
Segundo a CBDA, a diretora de
pólo aquático ficou encarregada
de assistir à atleta.
Temendo o reflexos negativos
que o doping de Raddi e de outros
três atletas podem ter sobre a natação, a entidade prepara uma campanha de esclarecimento junto aos atletas.
Serão distribuídos folhetos e cartazes com informações sobre as
substâncias dopantes, os riscos a
que os atletas se submetem e as
punições.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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