São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Contra Noroeste, Corinthians é o pobre

Equipe tem "decisão" contra rival que vive estabilidade nas mãos de ex-patrocinador do clube alvinegro nos anos 80 e 90

Filho de presidente de time de Bauru, corintiano, pode ser vice de futebol no Parque São Jorge e fala em copiar o modelo de gestão do pai

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Willian, substituto de Roger, participa de treino do Corinthians


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O clube é um dos quatro melhores do Paulista, está com a folha de pagamento em dia, tem uma das melhores estruturas do Estado de São Paulo e é administrado por um apaixonado pelo Corinthians.
O relato acima poderia pertencer ao time do Parque São Jorge, mas é o retrato do Noroeste, de Bauru, que hoje faz duelo decisivo com os corintianos no Pacaembu. A equipe do interior é a quarta colocada, com 24 pontos. O rival está em sétimo lugar, com 20.
Se o time da capital perder, fica ainda mais distante das semifinais do campeonato.
Enquanto o Corinthians passa por séria crise financeira -deve cerca de R$ 50 milhões, segundo cartolas do clube-, o do interior navega em águas tranqüilas, amparado pelo suporte financeiro de seu presidente, Damião Garcia.
O dirigente, que estampou a marca de sua empresa na camisa corintiana nos anos 80 e 90, foi quem reergueu o clube de Bauru, a partir de 2002. Desde então, com planejamento financeiro eficiente, o time vem tendo bons resultados.
No ano passado, alcançou sua melhor colocação no Estadual -ficou em quarto lugar.
A receita de sucesso passa também por um convênio com o próprio Corinthians, que cedeu atletas para o Noroeste.
De olho no rival, o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, negocia com Paulo Garcia, filho de Damião, a vice-presidência de futebol. O cargo é o mais cobiçado no clube.
Vices de Dualib fazem resistência a Garcia, que espera ainda fazer acordo com o cartola.
"Estamos em negociações. Mas tenho que ter autonomia", afirma o empresário.
Segundo ele, o que falta ao Corinthians sobra ao Noroeste: um bom planejamento.
"O meu pai fez isso e sabia aonde o time poderia chegar. É isso que pretendo fazer no Corinthians", diz Garcia. "É necessária uma estruturação financeira, investir em jogadores, em centro de treinamento. O Corinthians tem muitos ativos para gerar receitas e tem que funcionar como empresa."
Para tentar convencer seus aliados a aceitarem Garcia, Dualib chegou até a comentar que ele poderia contratar dois atletas de peso. "Nunca conversamos sobre isso. Temos que ser profissionais", declara ele, que promete se reunir nesta semana com o presidente.
Enquanto isso, Garcia diz que não sabe por quem torcer hoje. "Acho que vou sofrer se qualquer um deles perder."
O desempenho do Noroeste arranca elogios do técnico corintiano, Emerson Leão.
"É uma equipe certinha e não é de hoje. Isso mostra que quem dirige dentro e fora do campo está no caminho certo", disse Leão, que se queixa dos problemas enfrentados por sua equipe: a promessa não cumprida de dinheiro para montar um time de estrelas. Apesar disso, crava: "O Noroeste não é favorito. Tem bola para isso, mas, quando você vai à casa de alguém, é visitante, não é?".


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