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Rio troca dinheiro por "retorno olímpico"
Prefeitura recebe R$ 308,9 mil ao mês por cessão de principais arenas do Pan
Cidade usou R$ 594 milhões para erguer Engenhão, Arena Multiuso, Velódromo e Parque Aquático, que foi cedido ontem para o COB
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A Prefeitura do Rio vai arrecadar só R$ 308,9 mil por mês
com as principais arenas construídas para o Pan, cujos custos
de construção beiraram os R$
600 milhões. O Comitê Olímpico Brasileiro assumiu ontem o
Parque Aquático Maria Lenk e
assinará contrato para gerenciar também o Velódromo. O
valor simbólico de cada concessão é de R$ 1.680 por mês.
O prefeito Cesar Maia afirmou que a cessão das arenas é
um "grande alívio". Ele diz que
o "retorno olímpico" vale mais
do que o "retorno financeiro".
"Não somos gestores esportivos. Em uma licitação, poderíamos dar uma solução. Mas,
mesmo que a prefeitura pudesse ter um ganho financeiro, o
valor agregado pelo esporte é
maior que qualquer aluguelzinho que podíamos conseguir."
A prefeitura cogitou usar as
arenas para abrigar, além de
competições, shows e eventos
religiosos para custeá-las. Com
a cessão, a idéia foi abandonada. No Parque Aquático Maria
Lenk, o COB vai promover treinamento de atletas, provas, escolinhas, cursos e seminários.
Segundo o contrato, 10% das
vagas dos cursos serão oferecidas a alunos da rede municipal
como contrapartida social. Ricardo Prado, medalhista olímpico na natação, será o diretor.
Maia afirmou que o custo de
manutenção do parque aquático é de R$ 7 milhões por ano e o
do Velódromo, de R$ 3 milhões.
O Maria Lenk custou R$ 75 milhões aos cofres públicos; o Velódromo, R$ 10 milhões. "Para
nós é receita não ter despesas."
A prefeitura já cedeu a Arena
Multiuso, que custou R$ 129
milhões, à GL Eventos, por R$
269,9 mil mensais. O Engenhão, onde foram gastos R$
380 milhões, está com o Botafogo por R$ 36 mil/mês. As
obras das quatro arenas consumiram R$ 594 milhões. Os aluguéis são de R$ 308,9 mil/mêss.
Para o presidente do COB,
Carlos Arthur Nuzman, o comitê pode assumir as arenas.
"Vamos rever isso porque há
custos que são da autoridade
pública. Podemos ter patrocínios, incentivos fiscais... Temos
outras fontes para trabalhar."
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