São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Rio troca dinheiro por "retorno olímpico"

Prefeitura recebe R$ 308,9 mil ao mês por cessão de principais arenas do Pan

Cidade usou R$ 594 milhões para erguer Engenhão, Arena Multiuso, Velódromo e Parque Aquático, que foi cedido ontem para o COB


ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio vai arrecadar só R$ 308,9 mil por mês com as principais arenas construídas para o Pan, cujos custos de construção beiraram os R$ 600 milhões. O Comitê Olímpico Brasileiro assumiu ontem o Parque Aquático Maria Lenk e assinará contrato para gerenciar também o Velódromo. O valor simbólico de cada concessão é de R$ 1.680 por mês.
O prefeito Cesar Maia afirmou que a cessão das arenas é um "grande alívio". Ele diz que o "retorno olímpico" vale mais do que o "retorno financeiro".
"Não somos gestores esportivos. Em uma licitação, poderíamos dar uma solução. Mas, mesmo que a prefeitura pudesse ter um ganho financeiro, o valor agregado pelo esporte é maior que qualquer aluguelzinho que podíamos conseguir."
A prefeitura cogitou usar as arenas para abrigar, além de competições, shows e eventos religiosos para custeá-las. Com a cessão, a idéia foi abandonada. No Parque Aquático Maria Lenk, o COB vai promover treinamento de atletas, provas, escolinhas, cursos e seminários.
Segundo o contrato, 10% das vagas dos cursos serão oferecidas a alunos da rede municipal como contrapartida social. Ricardo Prado, medalhista olímpico na natação, será o diretor.
Maia afirmou que o custo de manutenção do parque aquático é de R$ 7 milhões por ano e o do Velódromo, de R$ 3 milhões. O Maria Lenk custou R$ 75 milhões aos cofres públicos; o Velódromo, R$ 10 milhões. "Para nós é receita não ter despesas."
A prefeitura já cedeu a Arena Multiuso, que custou R$ 129 milhões, à GL Eventos, por R$ 269,9 mil mensais. O Engenhão, onde foram gastos R$ 380 milhões, está com o Botafogo por R$ 36 mil/mês. As obras das quatro arenas consumiram R$ 594 milhões. Os aluguéis são de R$ 308,9 mil/mêss.
Para o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, o comitê pode assumir as arenas. "Vamos rever isso porque há custos que são da autoridade pública. Podemos ter patrocínios, incentivos fiscais... Temos outras fontes para trabalhar."


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