São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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vencer ou vencer

FIA muda radicalmente a F-1

A partir desta temporada, campeão será definido pela quantidade de vitórias, e não mais de pontos

Para 2010, equipes poderão seguir teto de 33 milhões e, em troca, serão liberadas para desenvolver motores e melhorar a aerodinâmica

DA REPORTAGEM LOCAL

Na semana que antecede a abertura do 60º Mundial de F-1, a FIA lançou ontem um pacote com novidades que devem mudar a essência da categoria.
Pela primeira vez na história, em 2009 o campeão será definido pela quantidade de vitórias, não mais de pontos -a pontuação a partir de agora só servirá para determinar a posição do vice ao último colocado.
A regularidade, que sempre foi exaltada pelos pilotos como o "segredo" para ganhar títulos, dará lugar à agressividade. Agora, só a vitória vai interessar.
A ideia de valorizar mais os triunfos vem sendo discutida há algum tempo, mas ganhou peso após o Mundial do ano passado, quando Lewis Hamilton sagrou-se campeão com um ponto a mais e uma vitória a menos que Felipe Massa.
Mas não será só isso que mudará para os pilotos já na temporada que começa na sexta, dia 27. Eles também terão de ficar mais acessíveis para os torcedores e para a imprensa.
Na prática, isso significará sessões compulsórias de autógrafos no primeiro dia de treinos e disponibilidade para conceder entrevistas ao deixar a classificação e a corrida, mesmo que antes do encerramento.
Outra novidade é que o peso dos carros será divulgado após a classificação, o que significa que as estratégias de corrida passarão a ser conhecidas não só pelos rivais mas pelos fãs.
Porém a mudança definida ontem pelo Conselho Mundial da FIA, em Paris, que deve gerar mais controvérsia e da qual os times já começam a reclamar, ficou para o ano que vem.
A partir de 2010 as equipes terão a opção de competir com carros construídos e mantidos dentro de um teto orçamentário de 33 milhões (o que equivale a cerca de R$ 97 milhões) -como comparação, estima-se que a Ferrari tenha gasto mais de R$ 980 milhões em 2008.
Para os que fizerem essa escolha, uma série de liberdades técnicas será concedida.
A parte inferior dos carros poderá ter mais eficiência aerodinâmica -para este ano, o regulamento proíbe qualquer apêndice aerodinâmico-, asas móveis serão permitidas, os motores poderão ser desenvolvidos (atualmente estão congelados) e não haverá limitação de giros (em 2009 podem chegar no máximo a 18 mil rpm).
Ou seja, a isonomia técnica que sempre caracterizou a categoria desaparecerá, e o grid será dividido em ricos, que seguem normas mais rígidas, e pobres, com mais liberdade.
A implementação dessa novidade pela entidade que comanda o automobilismo visa a atrair novas equipes para a F-1, que atualmente conta com dez times. Tanto é assim que Max Mosley, presidente da FIA, declarou que irá pedir em breve mais alterações nas regras.
"Pediremos ao Conselho Mundial que concorde em aumentar o número de times permitidos a estar no grid [atualmente são 12], se a Comissão de Segurança não se opuser."


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