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TJ mantém Mancha Verde extinta
da Reportagem Local
O Tribunal de Justiça de São
Paulo manteve ontem a extinção
da torcida organizada Mancha
Verde, palmeirense.
Por três votos a zero, a 10ª Câmara de Direito Privado do TJ rejeitou ontem o recurso interposto
pelos advogados da Mancha contra a decisão de uma juíza de primeira instância, proferida no dia
31 de maio de 1996.
O advogado da Mancha Verde
Iberê Bandeira de Mello, 30, declarou que deverá recorrer dessa
decisão ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
A tese de Bandeira de Mello é
que não existem provas de que a
Mancha, como instituição, tenha
promovido violência e que, portanto, o seu fechamento é uma
agressão ao direito constitucional
de associação.
Mas prevaleceu a tese do promotor de Justiça da Cidadania Fernando Capez de que a Mancha
Verde estimulava a prática de atos
violentos nos estádios de futebol e
em seus arredores.
A Folha procurou Capez em seu
escritório, mas não o encontrou
para a comentar a decisão e recebeu a informação de que ele não
voltaria para lá ontem.
Fernando Fagiani, presidente da
Mancha Alviverde, organização
criada para substituir a Mancha,
disse ontem que a Mancha "foi um
bode expiatório. São Paulo é uma
cidade violenta. Não são só as torcidas." Fagiani disse que a nova
torcida continua em atividade.
Briga
O fechamento da Mancha foi decorrência de uma briga de torcidas
ocorrida em 20 de agosto de 1995.
Naquele dia, um domingo, as
equipes de juniores de São Paulo e
Palmeiras disputaram a final da
Supercopa de Juniores. Após o gol
que deu o título ao Palmeiras na
morte súbita, torcedores palmeirenses invadiram o campo e passaram a provocar os são-paulinos.
Estes logo invadiram o gramado, e
houve uma briga generalizada que
resultou na morte do torcedor
Marcio Gasparin.
Nos dias seguintes, foram tomadas várias medidas contra as torcidas. A Federação Paulista de Futebol, com apoio da PM e do Ministério Público, proibiu a entrada
nos estádios de bandeiras, faixas e
camisetas alusivas a elas.
Capez, da área da defesa dos direitos do cidadão, entrou com
ações para fechar as torcidas Independente (São Paulo) e Mancha
Verde (Palmeiras), cujos diretores
foram vistos no meio da briga.
Capez ganhou a causa na Mancha, mas não na Independente.
No ano passado, Capez obteve a
proibição das atividades ligadas ao
futebol da Gaviões da Fiel. Membros da torcida são suspeitos de
estarem envolvidos na emboscada
contra o ônibus do Corinthians na
rodovia dos Imigrantes, após derrota para o Santos no ano passado.
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