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FUTEBOL
Novas cores
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Fluminense virou espetacularmente no Maracanã,
espantando a zebra de listras
amarelas e pretas. Mas o verde
Ipatinga surpreendeu o Cruzeiro
no Mineirão. No Sul, o 15 de Novembro já havia tentado aguar a
festa do Internacional por duas
vezes. Perdeu de novo, mas chegou perto.
Ipatinga, Volta Redonda e 15 de
Novembro não estão na Série A
do Brasileiro, nem mesmo na Série B. O fato de terem chegado tão
longe talvez diga muito sobre a
nova ordem do futebol brasileiro.
O Ipatinga tem poucos anos de
vida e é uma espécie de "filial do
Cruzeiro", com 17 atletas pertencentes ao clube da capital, o que
levou muita gente a temer uma
"marmelada". Foi bonito ver o time negar em campo todos os
prognósticos e desconfianças.
Poucas equipes entram no Brasileiro já montadas (até quando,
não se sabe): São Paulo, Santos,
quem mais?
Outras ainda estão em busca da
melhor formação e padrão de jogo: Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Atlético Paranaense, São
Caetano e Fluminense. Estão a
meio caminho, digamos.
Por fim, há outras (Atlético-MG, Flamengo, Botafogo-RJ) que
precisam de reforços urgentes em
praticamente todos os setores do
campo. Dificilmente os terão a
tempo.
Mas, como o campeonato é longo e na metade do ano alguns clubes se modificam radicalmente
devido às negociações internacionais, é difícil definir desde já
quais são os favoritos ao título.
Com base no que realizaram
até agora no ano e nas potencialidades que têm para crescer, é provável que São Paulo, Santos e Corinthians façam boas campanhas
e fiquem entre os primeiros. Daí a
dizer que são favoritos vai uma
distância muito grande.
Um desdobramento do caso
Grafite-Desábato a ser acompanhado com atenção é o provável
acirramento da rivalidade entre
brasileiros e argentinos nos próximos tempos.
Penso, por exemplo, no jogo Argentina x Brasil, ou na atitude
dos adversários do Corinthians
diante dos argentinos do time, ou
no tratamento que os argentinos
dispensarão ao brasileiro (e negro) Baiano, do Boca Juniors.
Na Europa, a estupidez racista e
xenófoba está cada vez pior. Anteontem a vítima foi o goleiro camaronês Carlos Kameni, do Espanyol, a quem os atleticanos de
Madri jogaram uma banana.
Esperamos que aqui nos trópicos essa tendência seja invertida e
haja avanços, não retrocessos.
Ainda quanto ao caso Desábato, recebi dezenas de e-mails, em
sua maioria generosos e solidários, a propósito da coluna que
publiquei no sábado. Como tive
problemas com minha caixa postal, perdi algumas dessas mensagens antes de poder respondê-las.
Agradeço a participação de todos os leitores, incluindo os que
criticaram, e peço desculpas a todos que porventura ficarem sem
resposta.
Negócio inoportuno
Se o Ipatinga negou em campo
todas as dúvidas que pudesse
haver, foi chato saber que o goleiro Lugão e o zagueiro Schneider, do Volta Redonda, já haviam fechado acordo com o
Fluminense antes da final, conforme declarou o procurador
dos atletas. Pode ter sido mera
coincidência a má atuação dos
dois na partida de ontem, mas
sempre haverá uma sombra sobre o caso.
Casa cheia
A torcida do Fluminense fez
um lindo espetáculo ontem no
Maracanã. O controvertido
subsídio do governo estadual
que permitiu a venda de ingressos a R$ 1 teve o mérito de encher o estádio em várias ocasiões. E com estádio cheio o futebol é muito mais bonito,
qualquer que seja o placar.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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