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Nacional assiste à pior equipe da história
Com 20 derrotas, Nova Iguaçu amarga mais baixo aproveitamento do basquete
Time recebe hoje Brasília, no que pode ser seu último jogo no torneio masculino, com discurso derrotista e só com ambição de "dar trabalho"
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Nova Iguaçu recebe hoje o
Brasília para se tornar o pior time da história do Nacional
masculino de basquete. Em 19
anos de disputa, nunca uma
equipe amargou aproveitamento tão baixo como o clube
da Baixada Fluminense.
"Será muito difícil obter a
primeira vitória. Espero que a
gente consiga fazer um bom jogo e dar trabalho", diz Keller
Cardoso, supervisor da equipe.
O discurso também é encampado pelo técnico Bruno Freire. "Infelizmente não atingimos a meta que era ganhar um
ou dois jogos. Quero pelo menos tornar o jogo mais difícil. O
Brasília já está classificado e, de
repente, vai poupar alguns jogadores", comenta o treinador.
O Nacional, competição surgida em 1990, já teve a participação de 66 clubes. Desses, dez
passaram em branco -não
venceram nenhuma partida-
em uma edição do campeonato.
E, entre todos os lanternas, é
o Nova Iguaçu quem apresenta
o pior índice de ponto average
(divisão dos pontos marcados
pelos sofridos), principal critério de desempate: 0,59230.
Como comparação, o Atlético-MG, que ocupava antes a incômoda posição, apresentou
0,66044 de ponto average na
primeira edição do Nacional.
Em números isolados, pelo
menos, o Nova Iguaçu não fica
na rabeira da tabela histórica.
Em suas partidas, o time
marcou, em média, 56,9 pontos
por jogo. O ataque só perde para o de outro time do Rio, o Grajaú, que, no Nacional-07, fazia
apenas 45,6 pontos por partida.
A defesa, por sua vez, leva
96,2 pontos por duelo. Entre os
"zerados", há sete clubes com
aproveitamento pior. No entanto ninguém perdeu por uma
diferença tão alta de pontos:
média de 39,2 por confronto.
Uma das razões para a fraca
campanha foi a ausência de patrocínio -o clube despende R$
10 mil por mês. Sem dinheiro, o
elenco fez todas suas viagens de
ônibus. Cumpriu pela estrada
inclusive os 1.348 km que separam sua sede de Lajeado-RS e
os 1.364 km até Salvador.
"A viagem ao Rio Grande do
Sul durou um dia inteiro. Já para Salvador, ficamos 27 horas
na estrada", rememora Freire.
Para não deixar o grupo parado, a estratégia do treinador é
chegar aos jogos na véspera.
"Com isso, realizamos ao menos um treinamento leve antes
das partidas. Mas teve um dia
que os atletas só fizeram piscina para relaxar", diz o técnico.
O planejamento não foi à
prova de imprevistos. Para a
Bahia, o time enfrentou série
de contratempos e não chegou
a tempo de enfrentar o Salvador. O Comitê Executivo do
Nacional protela uma decisão
sobre o caso há seis semanas.
O Salvador reivindica vitória
por W.O. e já avisou que não entra em quadra novamente. Pode ser o triunfo que tiraria o
Nova Iguaçu do fundo do poço.
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