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"Contra tudo" motiva os são-paulinos
Retrospecto recente ruim em mata-matas e clássicos e temor de perseguição dos árbitros viram desafios para o time
Clima de desconfiança que cerca o capitão Rogério e as mexidas de Ricardo Gomes aumentam sensação de que a vitória larga é improvável
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo que pouco tem
valorizado o Paulista nos últimos anos e que diz sempre
priorizar a Libertadores pode
transformar uma partida de semifinal do Estadual em uma de
suas façanhas mais épicas.
O histórico recente do clube
em mata-matas contra adversários brasileiros, a fase questionável de seu goleiro e capitão, as dúvidas sobre o técnico,
a suposta perseguição de árbitros por conta de atritos com a
federação paulista e, acima de
tudo, o momento mágico do rival, que joga em casa, colocariam a classificação em uma seleta lista de grandes feitos.
"A classificação não é impossível", diz Hernanes. O volante,
que jogará mais adiantado, falou que o São Paulo "confrontará verdades" na Vila Belmiro,
dando a entender que todos já
dão como certa a presença do
Santos na decisão.
Nos últimos nove mata-matas contra times brasileiros pelas mais diversas competições,
apenas uma vez o São Paulo levou a melhor: foi diante do Figueirense, na Copa Sul-Americana de 2007. Pelo Campeonato Paulista, o São Paulo não sabe o que é levar a melhor nesse
tipo de disputa desde a semifinal de 2003. Naquele ano, superou a Portuguesa Santista.
Além do jejum em mata-matas, o time também perdeu todos os clássicos neste ano. E
precisa vencer por dois gols de
diferença um time cujo ataque
não passou em branco nenhuma vez na temporada. "Fazer
dois gols nem é tão difícil. O
problema é não tomar", admite
o técnico Ricardo Gomes.
O treinador tem sido questionado tanto por mexer seguidamente na equipe quanto por
não ter um currículo dos mais
vitoriosos como técnico. E o comandante em campo, o goleiro
Rogério, vive fase ruim, falhando com frequência -foi assim
nos dois últimos clássicos.
Para piorar, o time, que tem
se queixado de sempre ter expulsos em clássicos no Paulista,
entende ser perseguido pela arbitragem. José Henrique de
Carvalho, juiz que foi suspenso
por 30 dias pela CBF, será o
mediador do duelo na Vila Belmiro, onde expulsou dois corintianos na primeira fase.
"Trabalhamos muito nesta
semana. Sabemos o que significa esse jogo", diz Jorge Wagner,
que jogará no meio com Rodrigo Souto, ex-santista, e, possivelmente, Cléber Santana,
também ex-santista.
Hernanes deve ficar mais
avançado, na posição que seria
de Marlos, suspenso. Com Richarlyson na lateral esquerda e
Dagoberto e Fernandinho no
ataque, Ricardo Gomes chega
para o jogo mais crucial do ano
até agora com uma formação
totalmente nova na temporada.
"Vamos entrar com tudo para vencer o Santos. Precisamos
fazer dois gols e não podemos
levar [nenhum]", diz o zagueiro
Alex Silva, que tem sido um dos
destaques da equipe no ano.
No Brasileiro de 2009, o São
Paulo venceu o Santos na Vila
no Brasileiro, mas por 4 a 3, placar que não o classificaria hoje.
É por essas e outras que uma
frase que os são-paulinos têm
repetido desde o ano passado
faz muito sentido agora: "Contra tudo e contra todos".
NA TV - Santos x São Paulo
Band, Globo e Sportv, às 16h
FOLHA ONLINE
Repórteres da Folha
comentam o jogo ao vivo
www.folha.com.br/101077
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