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Vaga passa pelas mãos de Júlio Cesar
Goleiro do Santo André, mistura de Rogério e Marcos, tenta garantir time em inédita final de Estadual
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santo André está a um passo e, provavelmente, a uma ou
duas defesas de Júlio Cesar, 32,
de confirmar sua primeira participação na história de uma final de Campeonato Paulista.
A vantagem sobre o Grêmio
Prudente já foi ampliada na
partida de ida, semana passada,
quando o time do ABC bateu o
adversário fora de casa por 2 a 1.
Hoje, o goleiro festejará a vaga inédita na decisão mesmo
que seja vazado uma vez. O
Prudente só avança com vitória
por dois gols de diferença.
"É um momento mágico na
minha carreira", analisou o arqueiro, cuja trajetória confunde-se com o período mais afortunado do clube andreense.
Foi Júlio Cesar quem fechou
a meta da equipe na Copa do
Brasil de 2004, o título mais
importante do Santo André. No
ano seguinte, ele pôde disputar
a tão desejada Libertadores.
"Não vou descansar enquanto não encerrar a carreira. O
Paulista seria muito importante para mim", falou ele enquanto recebia o carinho de cinco
garotos que foram ao estádio
Bruno Daniel anteontem para
acompanhar o treino do time.
Perguntar ao goleiro se ele
sente-se realizado profissionalmente mesmo nunca tendo
atuado em um grande clube
não o ofende, mas faz Júlio Cesar sorrir discretamente.
"É difícil para um goleiro. Geralmente, ele já é formado na
base. De repente, se eu fosse
mais novo, poderia chegar lá",
explicou, sem perder a calma.
Além do Santo André, o atleta só defendeu Juventus, Marília e São Caetano, fora o PSTC,
clube que o formou em Londrina (PR) -onde nasceu-, ao lado do são-paulino Dagoberto e
do rubro-negro Kleberson.
A esta altura da carreira, o camisa 1 não espera mais por uma
proposta. Causa muito mais expectativa nele uma defesa espetacular, como a realizada no último lance do jogo de ida. Uma
cabeçada de Robson que ele tirou quase de dentro do gol.
"Todo goleiro sonha com um
lance daqueles", declarou, enquanto se recordava da jogada
em Presidente Prudente. "Foi
puro instinto. Só deu tempo de
pular em direção à bola."
Quem convive com o jogador
garante que Júlio Cesar é uma
mistura do são-paulino Rogério, pela sua dedicação ao trabalho, e do palmeirense Marcos, pelo jeito brincalhão com
os colegas. A primeira fama ele
próprio confirma. "Sempre peço uma cópia do DVD sobre o
adversário, que a comissão técnica passa na preleção, para assistir sozinho no quarto. Analiso, dou pausa, volto", disse.
Quantas vezes? "Quantas forem necessárias até eu achar
que decorei toda a jogada."
A segunda característica fica
explícita no tradicional "rachão" dos jogadores. Corre a
lenda no clube de que o time de
Júlio Cesar não perde da equipe do técnico Sérgio Soares há
um bom tempo e que o goleiro
faz questão de infernizar os
companheiros a todo momento
por conta da tal invencibilidade. "Ah, isso é mentira! Ele ganhou o último, mas está equilibrado", defendeu-se Soares.
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