São Paulo, segunda-feira, 18 de maio de 2009

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Prancehta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

E agora, Muricy?

DESDE 1990 o São Paulo não perde as duas primeiras partidas do Brasileirão. Ontem, escapou do vexame com o gol de André Lima, mas jogou mal de novo. Futebol insosso, sonolento, que só produzia emoções nas bolas levantadas para a grande área. Mas não pergunte a Muricy Ramalho se o jogo são-paulino e seus inúmeros cruzamentos para a grande área estão manjados, se é por isso que as vitórias rarearam: "Isso é falta de assunto. O time joga do mesmo jeito de sempre. Há três anos é a mesma coisa. O time recebe críticas e tem o ataque mais positivo, a defesa menos vazada."
Muricy aponta para a sequência de lesões e para o tempo parado para explicar por que o time não rende. Mais do que isso, pelos dezoito dias sem jogo. "Ter uma semana para preparar uma equipe é bom. Mas ficar tanto tempo sem jogar, não é", jura.
Sua garantia é que o time vai chegar forte contra o Cruzeiro, daqui a nove dias. O início da preparação passa pelo convencimento dos jogadores. Até Rogério Ceni chegou ao Morumbi ontem repetindo o discurso: "Vamos montar o time para as quartas de final da Libertadores. Não podemos esquecer que estamos a seis jogos de ir ao Mundial."
Por enquanto, no time só sobrou a confiança de quem venceu tudo recentemente. Confiar não é o suficiente.
Em teoria, a escalação de ontem, apesar dos desfalques, recuperava o desenho tático de 2008 e representava a melhor formação para enfrentar o Cruzeiro. Richarlyson e Zé Luís já jogaram bem como zagueiros, Eduardo Costa é o volante com características mais parecidas com Jean. E Hernanes poderia jogar na sua. "Com a bola, é armador. Sem ela, volante", diz o técnico, encerrando a discussão sobre sua real posição.
Muricy acha que sua queda de rendimento não tem nada a ver com posicionamento. E não tem mesmo. Hernanes joga exatamente na mesma função em que foi eleito o melhor do Brasileirão.
"Ele caiu porque tem muita coisa que cerca o jogador", diz Muricy. E o São Paulo, caiu por quê? Muricy segue seu discurso. Diz que não caiu.
"O time vai ser muito forte contra o Cruzeiro", garante. Pelo início do Brasileiro, o Cruzeiro é o favorito no duelo da Libertadores.

QUEM É O CARA?
A ideia palmeirense era revezar Maurício Ramos e Marquinhos do lado direito. Marquinhos jogou bem, como ala, contra a LDU. Maurício Ramos é zagueiro de formação. No gol do Inter, Taison caiu atrás de Marquinhos, longe de Maurício. O revezamento os confundiu.

O FINALIZADOR
Nenhum time brasileiro joga com mais gente no campo de ataque do que o Flamengo. Leonardo Moura, Juan, Ibson, Everton... A qualidade tem sido não sofrer gol. Os dois 0 x 0 contra Inter e Avaí reforçam a espera por Adriano. Mas o Fla marca 1,8 gol por partida em 2009.

AUTUORI VEM AÍ
O Grêmio perdeu apenas uma das sete partidas que disputou sob o comando do técnico interino Marcelo Rospide. Paulo Autuori chega para tentar o tricampeonato da Taça Libertadores numa situação inusitada. Nas duas campanhas vitoriosas, Autuori também assumiu a equipe campeã com o torneio sul-americano já iniciado. Em 1997, substituiu Oscar Bernardi, no Cruzeiro. Em 2005, entrou no lugar de Émerson Leão, no São Paulo.


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