São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

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Desentendimento político trava SP

2014
Além do impasse sobre financiamento, estádio do Corinthians tem disputa entre esferas de governo


MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
BERNARDO ITRI
DO PAINEL FC

O papel de São Paulo como sede da Copa de 2014 está cada vez mais indefinido. Além do impasse no financiamento do Itaquerão, divergências políticas também travam a definição sobre o futuro estádio do Corinthians.
O clube e a Odebrecht, empreiteira contratada para construir a arena, pediram ajuda ao governo de São Paulo para concluir a conta da obra -o custo final agora é estimado em R$ 1,07 bilhão.
Ouviram um "não" como resposta. E o argumento de que o Estado não vai investir num estádio que, quando pronto, terá uso privado.
O pedido foi de cerca de R$ 350 milhões para a conclusão da obra. Clube e empreiteira contam com R$ 400 milhões do BNDES e R$ 240 milhões dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, da Prefeitura de São Paulo.
O governo estadual afirmou que seu papel é investir em obras no entorno do estádio e sugeriu ao clube que procure o governo federal.
Afinal, foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entendem integrantes do governo, quem deu o empurrão inicial para que o estádio em Itaquera fosse construído.
A ideia de pedir um financiamento maior ao BNDES foi descartada pelo próprio banco -o limite de R$ 400 milhões por arena não será ampliado para esse caso, como a Folha mostrou ontem.
Porém a disputa política não se resume ao conflito entre governo paulista e União. Também ocorre o que no Palácio dos Bandeirantes é chamado de "fogo amigo", por parte da prefeitura.
O COL (Comitê Organizador Local da Copa) se queixa da falta de entendimento entre município e Estado.
Embora o secretário especial para a Copa-2014, Gilmar Tadeu Ribeiro, tenha sido apresentado pelo prefeito Gilberto Kassab como agente de integração entre as três esferas de governo, o cenário é tenso com a equipe de Geraldo Alckmin (PSDB).
A saída de Kassab do DEM e sua tentativa de aproximação com o PC do B -partido de Tadeu e do ministro do Esporte Orlando Silva Jr., que recentemente criticou os impasses de São Paulo- criam rusgas que interferem no planejamento da Copa-2014.
Com esse cenário e prevendo uma crise futura entre prefeitura e governo, funções foram divididas para a Copa. O Estado fica com segurança, transporte, saúde e turismo. A prefeitura, com energia, serviços e estádio.
Segundo gente envolvida na organização do Mundial, Kassab já pretende levar parte da equipe técnica do Comitê Paulista do Estado para o seu lado, engrossando sua participação na Copa.


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