|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na Parada Gay, seleção italiana é o verdadeiro "dream team" da Copa
DÉBORA YURI
DA REVISTA DA FOLHA
Copa é Copa. Ainda mais no
Brasil. E São Paulo, que se orgulha de ter a maior parada gay
do mundo, rendeu-se ao maior
espetáculo esportivo da Terra.
"Não entendo nada de futebol. Mas de homem eu entendo!", gritava ontem o estudante
Thiago Allison, 18, com camisa
da seleção italiana, na "concentração" da décima edição da Parada do Orgulho GLBT.
Não existe torcedor vira-casaca? Bem, entre esse público,
nada é impossível. Diz Thiago:
"Olha, prefiro mesmo os ingleses, por causa do Beckham, que
é uma delícia. O time do Brasil?
Só tem homem feio".
Para os gays, o embate entre
os galãs italianos vestidos de
Dolce & Gabbana e a Inglaterra
do símbolo sexual David Beckham seria a final dos sonhos
do Mundial.
"Sou fã do David", diz o acupunturista Luciano Monteiro,
35, blusão da Inglaterra. Ele se
empolga quando cita outras seleções "tudo de bom": a portuguesa e a italiana, claro.
No geral, o verde-e-amarelo
predominava na Paulista tomada por gays, lésbicas, bissexuais, suspeitos e curiosos.
Mas, no ranking da "gostosura", italianos, ingleses, portugueses e franceses eram os queridinhos do povo.
Com camisa da Espanha, André Fraga, 24, dizia ser fã de
Beckham: "Odeio futebol, só sei
que ele é maravilhoso". Acha
que o capitão inglês joga bem?
"Não sei. Nunca vi ele jogando."
"O verdadeiro fenômeno é a
seleção italiana", sentencia Junior, 22, que pediu para esconder a identidade porque os pais
não sabem que é gay.
Qual é o melhor deles? "Não
preciso nem saber os nomes,
são todos ma-ra-vi-lho-sos. O
Beckham, da Alemanha [?], é
outro fenômeno. Já o nosso Fenômeno tá um balãozinho",
gargalha.
Até entre as lésbicas a Itália
faz sucesso. "Eu gosto de mulher, mas reconheço que os italianos são bonitos", diz Regiane
Pereira do Carmo, 28, dançando "Hung Up", de Madonna,
com a namorada.
Aline Oliveira, 20, lésbica e
"louca pelo Palmeiras", acha o
alemão Michael Ballack "um
gato". Também curte o argentino Hernan Crespo. E a tricampeã Azzurra, onipresente na
Parada Gay da maior cidade do
país que só fala em hexa.
"Mas prefiro as mulheres italianas aos homens", ressalta
Aline. "A seleção feminina de
vôlei de lá é show de bola."
Ao menos ontem, na Paulista, a pátria de chuteiras vestiu
plumas, paetês e muitas camisas da Itália. E a massa fervida
da parada ainda deixou para escanteio gente como o paraguaio
Roque Santa Cruz, o sueco
Ljungberg, o espanhol Fernando Torres... Olho na Copa!
Texto Anterior: Homenagem: Jogadores de Gana mostram bandeira de Israel na comemoração de um dos gols Próximo Texto: Grupo E: Todos os times ainda podem avançar Índice
|