São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Obina erra e flerta, de novo, com fama de vilão

Arrasado, atacante ganha afago do presidente

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

Obina mal chegou ao Palmeiras e já terá de enfrentar de novo o paradoxo de ser um "herói" com fama de vilão. Ontem, o atacante teve de ser consolado pelo presidente do clube.
"Ele está arrasado. Fui lá dar um abraço nele", afirmou Luiz Gonzaga Belluzzo.
O motivo do ilustre consolo recebido foram as duas melhores chances criadas pelo Palmeiras. Ambas chegaram até Obina. E ele falhou. Na primeira, livrou-se da marcação, que o agarrou, e chutou para fora. Na outra, já aos 40min, recebeu cruzamento de Ortigoza na área e errou o cabeceio.
"Terminei o jogo pensando nisso. Era o gol da classificação", lamentou o camisa 24.
Quando entrou na partida, aos 20min da segunda etapa, Obina tinha a dura missão de suprir a fraca atuação do atacante Keirrison. Com os dois em campo, mais Ortigoza, o Palmeiras passou a atuar com uma linha de três na frente.
"Estou aqui dentro para fazer o meu melhor. Se tivesse marcado os gols, teria saído daqui como herói", afirmou Obina, bastante abatido na saído do vestiário do estádio Centenário, em Montevidéu.
Mocinho e bandido. Tem sido assim desde que o jogador vestia a camisa do Flamengo. Na época, teve o nome cantado pela torcida flamenguista como sendo "melhor que Eto'o", em referência ao camaronês do Barcelona. Deixou a Gávea xingado pelo jejum de gols.
No Palmeiras, chegou sob desconfiança e críticas de parte dos conselheiros do clube. Recebeu aplausos da torcida desde a primeira vez em que pisou no Parque Antarctica.
"Isso acontece com qualquer jogador. Já vi tanto centroavante perder gol e depois acabar consagrado", afirmou Belluzzo, em mais uma demonstração de apoio ao atleta.
"O Obina fez a coisa certa. Cabeceou tirando do goleiro", afirmou o técnico Vanderlei Luxemburgo, isentando o centroavante de culpa por uma das chances desperdiçadas no final da partida de ontem.
O treinador preferiu dirigir suas reclamações novamente às críticas recebidas da torcida Mancha Alviverde, que marcou presença no estádio.
"É duro chegar aqui e ouvir o pessoal me chamando de mercenário. Essa coisa direcionada da Mancha Verde não ajuda em nada", afirmou Luxemburgo.
Sobre a desclassificação da Libertadores, ele falou que o momento é de o grupo pensar na derrota sem se desesperar. E, aos poucos, voltar a focar o Campeonato Brasileiro.
"Vou triste para casa, mas com a consciência tranquila", completou o treinador palmeirense. (RENAN CACIOLI)


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