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Obina erra e flerta, de novo, com fama de vilão
Arrasado, atacante ganha afago do presidente
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
Obina mal chegou ao Palmeiras e já terá de enfrentar de novo o paradoxo de ser um "herói" com fama de vilão. Ontem,
o atacante teve de ser consolado pelo presidente do clube.
"Ele está arrasado. Fui lá dar
um abraço nele", afirmou Luiz
Gonzaga Belluzzo.
O motivo do ilustre consolo
recebido foram as duas melhores chances criadas pelo Palmeiras. Ambas chegaram até
Obina. E ele falhou. Na primeira, livrou-se da marcação, que o
agarrou, e chutou para fora. Na
outra, já aos 40min, recebeu
cruzamento de Ortigoza na
área e errou o cabeceio.
"Terminei o jogo pensando
nisso. Era o gol da classificação", lamentou o camisa 24.
Quando entrou na partida,
aos 20min da segunda etapa,
Obina tinha a dura missão de
suprir a fraca atuação do atacante Keirrison. Com os dois
em campo, mais Ortigoza, o
Palmeiras passou a atuar com
uma linha de três na frente.
"Estou aqui dentro para fazer
o meu melhor. Se tivesse marcado os gols, teria saído daqui
como herói", afirmou Obina,
bastante abatido na saído do
vestiário do estádio Centenário, em Montevidéu.
Mocinho e bandido. Tem sido assim desde que o jogador
vestia a camisa do Flamengo.
Na época, teve o nome cantado
pela torcida flamenguista como
sendo "melhor que Eto'o", em
referência ao camaronês do
Barcelona. Deixou a Gávea xingado pelo jejum de gols.
No Palmeiras, chegou sob
desconfiança e críticas de parte
dos conselheiros do clube. Recebeu aplausos da torcida desde a primeira vez em que pisou
no Parque Antarctica.
"Isso acontece com qualquer
jogador. Já vi tanto centroavante perder gol e depois acabar consagrado", afirmou Belluzzo, em mais uma demonstração de apoio ao atleta.
"O Obina fez a coisa certa.
Cabeceou tirando do goleiro",
afirmou o técnico Vanderlei
Luxemburgo, isentando o centroavante de culpa por uma das
chances desperdiçadas no final
da partida de ontem.
O treinador preferiu dirigir
suas reclamações novamente
às críticas recebidas da torcida
Mancha Alviverde, que marcou
presença no estádio.
"É duro chegar aqui e ouvir o
pessoal me chamando de mercenário. Essa coisa direcionada
da Mancha Verde não ajuda em
nada", afirmou Luxemburgo.
Sobre a desclassificação da
Libertadores, ele falou que o
momento é de o grupo pensar
na derrota sem se desesperar.
E, aos poucos, voltar a focar o
Campeonato Brasileiro.
"Vou triste para casa, mas
com a consciência tranquila",
completou o treinador palmeirense.
(RENAN CACIOLI)
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