Mudanças nos padrões de sangue dos atletas indicam possível uso de doping

DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma decisão histórica, cinco ciclistas estão sendo investigados por uso de doping com base em anomalias em seus passaportes biológicos.
A decisão foi anunciada ontem pela União Ciclística Internacional, que abriu "procedimentos disciplinares" contra o ex-campeão mundial Igor Astarloa e mais quatro atletas.
É a primeira vez que dirigentes esportivos suspeitam de uso de doping após a análise de variações nos perfis hematológicos dos competidores.
Em 2007, atolada por escândalos de doping, a UCI criou o passaporte biológico. Os atletas seriam submetidos a exames de sangue e urina e, com isso, poderiam ser estabelecidos seus perfis de sangue e esteroides.
Com isso, acreditava-se ser possível vigiar de forma mais eficaz se um corredor recorreu a algum tipo de manipulação para melhorar a performance.
O novo sistema, que fixa o número máximo de hemáceas de cada atleta, pretende também tentar acabar com o doping por autotransfusão -para aumentar a oxigenação do sangue-, que hoje não é detectado.
Desde janeiro de 2008, a União Ciclística Internacional tem coletado amostras dos competidores para comparar com as colhidas durante os controles antidoping.
O presidente da entidade, Pat McQuaid, declarou que nenhuma suspensão imediata aos atletas será anunciada agora porque cabe às equipes dar a primeira punição a quem empregar substâncias proibidas.
Além de Astarloa, foram flagrados os também espanhóis Rubén Lobato Elvita e Ricardo Serrano e os italianos Pietro Caucchioli e Francesco De Bonis. Só Caucchioli, da Lampre, deveria disputar a Volta da França, no mês que vem.