São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Barão de 2014

Em hotel de luxo na África, Ricardo Teixeira esquece a seleção brasileira, direciona todas as atenções para a Copa do Mundo de 2014 e, após deixar de fora o Morumbi, já trabalha rumo de outras cidades-sedes do país

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Ele só pensa na Copa, mas na que acontecerá daqui a quatro anos. Ricardo Teixeira, que anunciou anteontem a exclusão do Morumbi do Mundial, só fala, respira e discute o torneio que será realizado no Brasil em 2014.
O presidente da CBF e do Comitê Organizador Local, que montou sua base num luxuoso hotel de Johannesburgo, ainda não deu as caras na concentração da seleção, a poucos quilômetros de onde está hospedado.
Teixeira, que havia prometido ficar mais próximo do time de Dunga, por enquanto está distante. E ainda tem tirado da concentração o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva, para resolver questões de 2014.
Nesta semana, ele não foi, por exemplo, ao último treino da seleção antes da estreia contra a Coreia do Norte.
Estava em reunião sobre a estratégia de comunicação do Mundial-2014. Enquanto isso, Dunga manda e desmanda. Fechou treinamentos e até desrespeitou a Fifa ao não permitir a gravação de imagens que mostram patrocinadores, o que fez a CBF levar um pito da entidade.
Amigos de Teixeira defendiam que ele interferisse na seleção brasileira e puxasse o freio de Dunga. O cartola, entretanto, não quis se colocar na confusão, temendo criar mal-estar na delegação e acabar como vilão em caso de fracasso do time nacional.
Na terça-feira, Teixeira fugiu de sua habitual discrição e foi com a mulher e a filha à inauguração da Casa Brasil, espaço criado pelo governo federal para divulgar o país da Copa-14. Lá, Teixeira ficou por cerca de uma hora, acompanhado pelos ministros Orlando Silva Jr. (Esporte) e Luis Barreto (Turismo).
Anteontem, a agenda de Teixeira também foi voltada para o Mundial no Brasil. Ao lado do presidente corintiano e chefe da delegação brasileira na África do Sul, Andres Sanchez, o dirigente deu entrevistas para avisar que o estádio do Morumbi estava fora da Copa de 2014.
Nos próximos dias, Teixeira deve definir o destino de outras cidades-sedes, como Curitiba, na competição brasileira. O presidente da CBF também jantou com o ministro do Esporte para tratar da questão do segundo Mundial a ser realizado no Brasil.
Ele ainda fez reuniões sobre o lançamento, na Casa Brasil, da logomarca da Copa-14, que ocorrerá no dia 8 de julho e terá as presenças de Pelé e do presidente Lula.
Mesmo que a seleção brasileira volte mais cedo para casa, Teixeira continuará na África até o final da Copa do Mundo, em 11 de julho.
Em Johannesburgo, o presidente da CBF está em outra. Quatro anos à frente do time de Dunga, que, com o comando absoluto do treinador gaúcho, tenta o hexacampeonato mundial em 2010.


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