Seleção poderá jogar 4 vezes no frio noturno de Johannesburgo caso chegue à final da Copa

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Ser a principal atração e também uma certa dose de azar fazem do Brasil a seleção que mais deve sofrer com o frio nesta Copa do Mundo.
O time de Dunga, que fez até agora o jogo do Mundial com a menor temperatura (a sensação térmica no início da partida com a Coreia do Norte era de -3C), é, mantido o favoritismo das principais seleções na primeira fase, o que mais vezes pode jogar à noite em Johannesburgo.
Serão, em caso de ir à decisão, quatro partidas às 20h30 locais (15h30 em Brasília) na fria noite da cidade.
Johannesburgo tem dois dos principais palcos da Copa, o Soccer City e o Ellis Park -os jogos noturnos são dominados pelos times mais fortes, já que acontecem no horário nobre europeu.
A Argentina também pode jogar quatro vezes na mesma cidade. Mas as duas primeiras foram à tarde. Ontem, contra a Coreia do Sul, os termômetros marcavam 11C no final da partida. No sábado, contra a Nigéria, os argentinos jogaram sob 16C.
O Brasil e seus torcedores ainda tiveram o azar de fazer seus dois primeiros jogos, ambos em Johannesburgo, quando a cidade sofreu forte influência de uma frente fria.

QUEDA BRUSCA
Entre 11 de junho, dia da abertura da Copa, e 14 de junho, o último antes de o Brasil entrar em campo, a temperatura na cidade variou entre 6ºC e 19ºC.
No dia 15, data da estreia, os termômetros despencaram para 0C, com a sensação térmica (influenciada principalmente pelo vento frio) às 23h, ao final da partida no Ellis Park, de -7C.
Os atletas brasileiros disseram que o frio não atrapalha -dos 23 convocados, 20 jogam no futebol europeu, em que a maior parte da temporada ocorre no inverno, com temperaturas similares às de Johannesburgo.
Até agora, os eleitos de Dunga mostraram mais preocupação com as crianças que entram em campo com os jogadores. Os garotos vestem shorts e camisetas.
"Foi emocionante. Estava bastante frio, as crianças estavam tremendo. O Kaká estava esquentando uma menininha. Era preciso mais casaco. Tem de dar mais agasalhos para a criançada", disse Robinho ontem.
Jogar sob baixas temperaturas eleva o risco de lesões musculares. No ano passado, na Copa das Confederações, na África do Sul, os médicos da CBF disseram que foi comum a prescrição de antitérmicos aos atletas. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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