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Africanos sofrem com seca de gols
Seleções do continente amargam média de 0,37 tento após oito jogos
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A Copa-2010 prova, até
agora, que Carlos Bilardo,
técnico da Argentina no
Mundial-1986 e hoje parceiro
de Maradona, estava certo.
Quando era comentarista
de uma emissora de TV, com
uma boa dose de preconceito, cravou: "Os africanos
aprendem a jogar em campos
sem trave. Para eles, é tudo
um grande meio de campo,
por isso erram tanto".
Em dose ainda mais forte
do que já era seu histórico em
Copas, o futebol da África sofre como nunca para encontrar o caminho das redes no
primeiro Mundial "em casa".
Após oito jogos, as seis seleções africanas somam três
gols: Gana, em cobrança de
pênalti, o time anfitrião e a
Nigéria (depois de dois jogos)
balançaram as redes.
A média dos africanos neste Mundial é de insignificante 0,37 tento por partida.
É a mais baixa desde o
Mundial de 1994, quando começou a escalada de vagas
para o continente nas Copas
(eram três na competição disputada nos Estados Unidos).
E a artilharia africana, que
já era baixa (1,20 gol por time
em 1994), sempre ficou na
descendente desde a edição
de 1998, na França.
Os africanos marcam poucos gols no Mundial 2010
porque praticam um futebol
sem imaginação e, quando
conseguem finalizar, o fazem
com péssima qualidade.
Na primeira rodada da
competição, segundo o Datafolha, a média de finalizações dos africanos ficou em
9,8, ou duas a menos do que
as outras seleções.
Quem mais contribuiu para essa marca ruim foi a Costa
do Marfim, rival do Brasil no
próximo domingo. Mesmo
com o mais estrelado elenco
do continente, o time de Didier Drogba teve apenas seis
chances contra Portugal.
De acordo com o Datafolha, em números quase idênticos aos da Fifa, somente
20% das finalizações vão no
gol. O aproveitamento geral
do torneio é de cerca de 30%.
ASTROS APAGADOS
Quando jogam por seus
países, até artilheiros africanos de clubes de ponta da Europa sofrem para achar o caminho do gol na Copa.
É o caso, por exemplo, do
camaronês Samuel Eto"o, da
Inter de Milão. Em quatro
partidas na carreira em Copas do Mundo, marcou apenas um gol. Desempenho
idêntico ao de Drogba, mas o
marfinense tem um jogo a
menos na principal competição do planeta.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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