São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Africanos sofrem com seca de gols

Seleções do continente amargam média de 0,37 tento após oito jogos

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A Copa-2010 prova, até agora, que Carlos Bilardo, técnico da Argentina no Mundial-1986 e hoje parceiro de Maradona, estava certo.
Quando era comentarista de uma emissora de TV, com uma boa dose de preconceito, cravou: "Os africanos aprendem a jogar em campos sem trave. Para eles, é tudo um grande meio de campo, por isso erram tanto".
Em dose ainda mais forte do que já era seu histórico em Copas, o futebol da África sofre como nunca para encontrar o caminho das redes no primeiro Mundial "em casa".
Após oito jogos, as seis seleções africanas somam três gols: Gana, em cobrança de pênalti, o time anfitrião e a Nigéria (depois de dois jogos) balançaram as redes.
A média dos africanos neste Mundial é de insignificante 0,37 tento por partida.
É a mais baixa desde o Mundial de 1994, quando começou a escalada de vagas para o continente nas Copas (eram três na competição disputada nos Estados Unidos).
E a artilharia africana, que já era baixa (1,20 gol por time em 1994), sempre ficou na descendente desde a edição de 1998, na França.
Os africanos marcam poucos gols no Mundial 2010 porque praticam um futebol sem imaginação e, quando conseguem finalizar, o fazem com péssima qualidade.
Na primeira rodada da competição, segundo o Datafolha, a média de finalizações dos africanos ficou em 9,8, ou duas a menos do que as outras seleções.
Quem mais contribuiu para essa marca ruim foi a Costa do Marfim, rival do Brasil no próximo domingo. Mesmo com o mais estrelado elenco do continente, o time de Didier Drogba teve apenas seis chances contra Portugal.
De acordo com o Datafolha, em números quase idênticos aos da Fifa, somente 20% das finalizações vão no gol. O aproveitamento geral do torneio é de cerca de 30%.

ASTROS APAGADOS
Quando jogam por seus países, até artilheiros africanos de clubes de ponta da Europa sofrem para achar o caminho do gol na Copa.
É o caso, por exemplo, do camaronês Samuel Eto"o, da Inter de Milão. Em quatro partidas na carreira em Copas do Mundo, marcou apenas um gol. Desempenho idêntico ao de Drogba, mas o marfinense tem um jogo a menos na principal competição do planeta. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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