São Paulo, sábado, 18 de junho de 2011

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Sem fronteiras

Mundial sub-17, que começa hoje, mostra seleções transnacionais, e países criam mecanismos para impedir a debandada de seus futuros craques

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O craque da Alemanha tem sangue turco, o capitão inglês vem de Serra Leoa, a seleção francesa é dominada por africanos, um filho de um suíço com uma japonesa joga pelos Estados Unidos.
O Mundial sub-17, que começa hoje, no México, mostra que o futebol do futuro tende a ser mais aberto para seleções transnacionais e multirraciais do que o atual.
A tendência de globalização já pôde ser vista na última Copa do Mundo. Cerca de 10% dos jogadores que estiveram na África do Sul jogaram por países diferentes do lugar onde nasceram.
Reflexo de uma sociedade com fronteiras menos rígidas, a presença de imigrantes e descendentes de estrangeiros cria um efeito duplo nas seleções de base.
Ao mesmo tempo em que dá diversidade de características físicas aos times, aumenta o risco de formar atletas que joguem por outros países como profissionais.
Um jogador que defendeu um país na base pode atuar por outro quando adulto, já que, para a Fifa, só assume sua cidadania definitiva ao estrear na seleção principal.
Por isso, cartolas da federação francesa cogitaram limitar em 30% a presença de atletas de origem africana nos centros de formação do país. A medida causou uma crise na entidade. O técnico Laurent Blanc quase caiu. No fim, as penas para os dirigentes acabaram brandas.
A França, que estreia hoje contra a Argentina, mostra o quanto os "Azuis" são dependentes dos imigrantes.
Entre seus 21 inscritos, há 14 atletas negros ou árabes. Ou seja, o país corre risco de sofrer com a debandada de várias de suas promessas.
Risco que a Suíça aceitou correr para ganhar pela primeira vez um título mundial.
O time campeão sub-17 há dois anos possuía 13 jogadores com dupla cidadania.
Desta vez, o Canadá têm atletas nascidos em sete países diferentes, e os Estados Unidos possuem 12 nomes com pais vindos de fora.
Para manter as promessas, as seleções mostram casos de sucesso. A Alemanha usa Özil como exemplo para seus oito atletas de origem turca.
Um deles, Samed Yesil, é candidato a craque do Mundial. O jogador fez 11 gols em nove partidas no Europeu.
Assim como a Alemanha, a Inglaterra também tem um "estrangeiro" como destaque. País que mais valoriza o posto de capitão, entregou a faixa para o zagueiro Nathaniel Chalobah, do Chelsea, que nasceu em Serra Leoa, uma antiga colônia inglesa.

NA TV
França x Argentina

17h Esporte Interativo


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