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Aposta de Fla, Flu e Vasco, geração de gênio forte e boêmia decepciona e alimenta crise carioca
"Bad boys" naufragam com times do Rio no Brasileiro
PAULO COBOS
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Não são só os clubes cariocas
que estão agonizando no Brasileiro-03. Com Flamengo, Fluminense e Vasco, uma geração que ficou
famosa pelo ótimo futebol, temperamento forte e muitas confusões longe dos gramados passa
por uma péssima fase.
Os mais famosos "bad boys" do
país sofrem com lesões e decadência técnica. Assim, são incapazes de reverter o crítico quatro
dos times do Rio de Janeiro.
Edmundo, 32, e Marcelinho, 32,
brigam muito entre si, mas pouco
fazem para ajudar o Vasco, que
hoje ocupa a 19ª colocação.
Pai de todos os "bad boys", Romário, 37, passa por longo período no estaleiro e viu seu Fluminense despencar para o 18º lugar.
No Flamengo, Edílson, 31, e Felipe, 25, jogam por um time que
entrou em rota descendente e terminou a 19ª rodada na modesta
14ª colocação da tabela.
Se o futebol desses astros não é
mais o mesmo em 2003, fora de
campos eles continuam, como
sempre, sendo notícia.
Edmundo e Marcelinho estão
em guerra no Vasco. Os dois não
trocam palavras e passes. Ontem,
no dia seguinte à derrota para o
Cruzeiro, só o segundo falou.
"O Vasco não se resume a dois
jogadores, é todo um conjunto.
Além disso, nome não ganha jogo. Temos que parar de falar e trabalhar bastante", declarou o ex-corintiano sobre a, até agora, fracassada dupla com Edmundo.
Além dos dois, o Vasco contratou recentemente Beto, famoso
pelas noitadas, e ainda cogitou
trazer Djalminha, outro sócio famoso do clube dos "bad boys".
No Flamengo, a torcida queixa-se das seguidas ausências de Edílson e Felipe. O segundo tentou
voltar na semana passada, contra
o Juventude, mas se machucou de
novo. "Todo mundo sabia que eu
não estava curado, que joguei no
sacrifício. Mas o Flamengo precisava", declarou o meia.
Edílson, que passou em branco
nos quatro jogos que fez pelo Brasileiro, foi vaiado na derrota de
anteontem, no Maracanã, diante
do Fortaleza. Antes dessa partida,
prometia afastar a fase ruim.
"Eu não me conformo com o
que estou jogando. Fico triste, angustiado. Acho que, a partir do jogo contra o Fortaleza, meu verdadeiro futebol vai aparecer", disse,
em promessa não cumprida.
Depois de uma obscura passagem pelo Qatar, Romário voltou
ao Fluminense como salvador da
pátria, mas uma lesão no joelho o
tirou de ação nas três últimas rodadas do Brasileiro -talvez volte
amanhã, contra o Santos.
Sua recuperação causou desentendimento nas Laranjeiras. David Fischel, presidente do clube,
exigiu que o atleta fizesse o tratamento na sede do clube, mas Romário preferiu realizar os trabalhos na praia da Barra da Tijuca.
A fase ruim dos "bad boys"
ocorre em um momento de grave
crise no futebol do Rio. Além dos
resultados ruins dos clubes na
primeira divisão, o Estado sofre
com um caos na federação local.
As eleições da entidade foram
suspensas na Justiça. Isso a pedido do grupo de oposição a Eduardo Viana, o atual presidente, acusado de irregularidades.
Colaborou Sérgio Rangel, da Sucursal do Rio
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