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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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Aposta de Fla, Flu e Vasco, geração de gênio forte e boêmia decepciona e alimenta crise carioca

"Bad boys" naufragam com times do Rio no Brasileiro

PAULO COBOS
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Não são só os clubes cariocas que estão agonizando no Brasileiro-03. Com Flamengo, Fluminense e Vasco, uma geração que ficou famosa pelo ótimo futebol, temperamento forte e muitas confusões longe dos gramados passa por uma péssima fase.
Os mais famosos "bad boys" do país sofrem com lesões e decadência técnica. Assim, são incapazes de reverter o crítico quatro dos times do Rio de Janeiro.
Edmundo, 32, e Marcelinho, 32, brigam muito entre si, mas pouco fazem para ajudar o Vasco, que hoje ocupa a 19ª colocação.
Pai de todos os "bad boys", Romário, 37, passa por longo período no estaleiro e viu seu Fluminense despencar para o 18º lugar.
No Flamengo, Edílson, 31, e Felipe, 25, jogam por um time que entrou em rota descendente e terminou a 19ª rodada na modesta 14ª colocação da tabela.
Se o futebol desses astros não é mais o mesmo em 2003, fora de campos eles continuam, como sempre, sendo notícia.
Edmundo e Marcelinho estão em guerra no Vasco. Os dois não trocam palavras e passes. Ontem, no dia seguinte à derrota para o Cruzeiro, só o segundo falou.
"O Vasco não se resume a dois jogadores, é todo um conjunto. Além disso, nome não ganha jogo. Temos que parar de falar e trabalhar bastante", declarou o ex-corintiano sobre a, até agora, fracassada dupla com Edmundo.
Além dos dois, o Vasco contratou recentemente Beto, famoso pelas noitadas, e ainda cogitou trazer Djalminha, outro sócio famoso do clube dos "bad boys".
No Flamengo, a torcida queixa-se das seguidas ausências de Edílson e Felipe. O segundo tentou voltar na semana passada, contra o Juventude, mas se machucou de novo. "Todo mundo sabia que eu não estava curado, que joguei no sacrifício. Mas o Flamengo precisava", declarou o meia.
Edílson, que passou em branco nos quatro jogos que fez pelo Brasileiro, foi vaiado na derrota de anteontem, no Maracanã, diante do Fortaleza. Antes dessa partida, prometia afastar a fase ruim.
"Eu não me conformo com o que estou jogando. Fico triste, angustiado. Acho que, a partir do jogo contra o Fortaleza, meu verdadeiro futebol vai aparecer", disse, em promessa não cumprida.
Depois de uma obscura passagem pelo Qatar, Romário voltou ao Fluminense como salvador da pátria, mas uma lesão no joelho o tirou de ação nas três últimas rodadas do Brasileiro -talvez volte amanhã, contra o Santos.
Sua recuperação causou desentendimento nas Laranjeiras. David Fischel, presidente do clube, exigiu que o atleta fizesse o tratamento na sede do clube, mas Romário preferiu realizar os trabalhos na praia da Barra da Tijuca.
A fase ruim dos "bad boys" ocorre em um momento de grave crise no futebol do Rio. Além dos resultados ruins dos clubes na primeira divisão, o Estado sofre com um caos na federação local.
As eleições da entidade foram suspensas na Justiça. Isso a pedido do grupo de oposição a Eduardo Viana, o atual presidente, acusado de irregularidades.


Colaborou Sérgio Rangel, da Sucursal do Rio


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