São Paulo, domingo, 18 de julho de 2004

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BRASIL X MÉXICO

Jogo com México vale vaga nas semifinais da Copa América do Peru e sobrevida para a seleção B

Aspirantes põem à prova opção de risco de Parreira

FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A PIURA

O Brasil B joga hoje, às 22h30, contra o México mais que a classificação para as semifinais da Copa América. Os aspirantes à seleção A farão, na verdade, a prova dos nove da opção de Carlos Alberto Parreira de chamar só reservas para disputar o mais importante torneio de seleções do continente.
Uma vitória em Piura, na primeira partida do Brasil ao nível do mar no torneio peruano, dará ao técnico da seleção vários motivos para comemorar.
Em primeiro lugar, Parreira irá obter sua melhor performance pessoal na Copa América. Somando as duas edições que disputou, em 1983 e em 1993, o treinador soma apenas três vitórias, com aproveitamento de 46%.
De quebra, ele superará a campanha da equipe de Luiz Felipe Scolari na Colômbia, em 2001. Naquela Copa América, a seleção voltou para casa após derrota por 2 a 0 nas quartas-de-final. O vexame foi marcante, pois o algoz foi a inexpressiva Honduras.
A classificação ainda lhe dará mais dois jogos para testar e dar entrosamento ao time B, sua principal meta no Peru -mesmo derrotado na semifinal, o Brasil ainda disputará o terceiro lugar.
Mas o principal feito brasileiro na classificação será ter vencido com uma seleção sem estrelas o time que até aqui é o bicho-papão da Copa América. O México, que bateu a Argentina por 1 a 0, foi a melhor equipe da primeira fase.
Se, por outro lado, os pupilos de Parreira fracassarem, o técnico terá conhecido o segundo revés nas duas competições de que participou em sua terceira passagem pela seleção. Além disso, o time aumentará a fama recém-conquistada de freguês dos mexicanos (não os vence há cinco anos). Mais: o Brasil sofrerá sua segunda derrota seguida, algo que não acontece há dois anos. E, para terminar, o futuro dos "meninos da Copa-2010" começará manchado logo na primeira chance na seleção.
Como parte da estratégia para reanimar seus comandados após o baque sofrido com a inesperada derrota para o Paraguai, na quarta-feira, Parreira e o coordenador Zagallo tentam minimizar um eventual revés em Piura.
"Perder para o México não será um desastre. Já fomos derrotados outras vezes, e o mundo não acabou. Não tem mais esse negócio de um time não perder para o outro. Hoje em dia, até a Venezuela ganha do Uruguai, e a Turquia termina em quarto lugar em uma Copa do Mundo", disse o técnico.
Zagallo vai na mesma linha do colega. "É um time jovem, que nunca jogou junto. O que importa é que as observações foram feitas, o nosso objetivo foi alcançado." E emenda: "Mas queremos a taça".
Para Parreira, um eventual revés não vai prejudicar a carreira dos atletas recém-chegados à seleção. "O importante foi a convivência, o dia-a-dia. Ninguém vai sair daqui com o pavio queimado. Todos são jogadores reconhecidos, e não será uma derrota que apagará o que eles fizeram no futebol. São jogadores jovens, com um futuro brilhante pela frente."
Entre os atletas, o discurso é o de que o Brasil B, apesar de bastante jovem, já tem bagagem internacional para fazer frente a qualquer seleção do mundo.
"O pessoal está acostumado a jogar partidas decisivas, são todos atletas bem-sucedidos nos clubes que defendem. Somos um grupo experiente", disse o meia Alex.
Pedra no sapato do Brasil nos últimos tempos, o México entrará em campo com oito jogadores que enfrentaram a seleção no último confronto entre as equipes, na Copa Ouro, em 2003 -vitória de 1 a 0 dos mexicanos.
Além do "excesso de glóbulos vermelhos", figura usada por Parreira para definir a correria dos mexicanos na primeira fase, o Brasil enfrentará um tabu incômodo. Não vaza um goleiro mexicano há 360 minutos -nos últimos quatro jogos, foram três triunfos do México e um empate.
Se houver empate nos 90 minutos, a vaga na fase semifinal será definida na cobrança de pênaltis.


NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 22h30


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