São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Chave de ouro

Nos aparelhos, Diego faz sua parte, Jade se redime, Mosiah surpreende, e Brasil vai 4 vezes ao topo do pódio no dia final da ginástica artística

Jorge Araújo/Folha Imagem
Diego Hypólito, duas vezes campeão ontem no Rio, salta na prova de solo

LUÍS FERRARI
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A ginástica artística deu um salto de qualidade e quantidade graças às performances individuais no último dia, com quatro ouros nas provas por aparelhos.
Em Santo Domingo, há quatro anos, a modalidade saiu do Pan com dez medalhas, nenhum ouro. No Rio, terminou com 11 medalhas e quatro títulos, dando fim a um jejum de 16 anos sem ouros na competição.
Foi preciso esperar até o quarto e último dia de disputas para a execução do Hino Nacional. Até ontem, os brasileiros haviam batido na trave: Jade Barbosa caíra das paralelas assimétricas enquanto liderava o individual geral, e o time masculino amargara a prata por só 0,3 ponto atrás de Porto Rico.
A maior contribuição para a subida do país no quadro de medalhas veio dos rapazes.
"Houve até medalhas na barra, não esperávamos. Excelente", vibrou o treinador Renato Araújo. Além de Mosiah Rodrigues, ouro na barra fixa, Danilo Nogueira foi bronze na prova.
O título esperado, no solo, veio. Diego Hypólito -vencedor também no salto- garimpou o primeiro ouro para os homens da ginástica em Pans.
No feminino, a medalha no aparelho não foi de Daiane dos Santos, cortada com lesão no pé esquerdo. "A Jade a substituiu muito bem", falou Eliane Martins, supervisora da confederação, sobre o bronze no solo obtido pela campeã do salto.
A dirigente celebrou o desempenho da equipe, que considerou além da expectativa. "No geral, calculávamos oito, nove medalhas, com um teto de três ouros. Foi além do sonho."
Antes do Pan, porém, Vicélia Florenzano, presidente da entidade, cogitara quatro títulos.
Os EUA, com uma seleção com algumas juniores, ficaram com 5 dos 6 ouros. No masculino, porém, os norte-americanos não conseguiram o mesmo desempenho, encerrando o Pan com apenas um título.
O desafio da equipe agora é o Mundial, que vale como qualificatório para a Olimpíada de Pequim e terá uma concorrência muito mais forte -em Atenas-04, só 3 dos 14 ouros ficaram com países das Américas.
Daniele Hypólito, bronze na trave, falou que amanhã a seleção feminina já tem viagem marcada para Curitiba, onde retoma a preparação no centro de treinamento da CBG. Diego contou que pretende acompanhar outros eventos do Pan até domingo e que, na segunda-feira, estará com o restante do time masculino, no Paraná.
"O Mundial é classificatório para Pequim. Vamos ver o que acontece, se conseguimos classificar as duas equipes", comentou Eliane Martins.
Ela insistiu no fato de as medalhas terem sido conquistadas por seis atletas diferentes (Diego, Mosiah, Danilo, Daniele, Jade e Laís Souza -dois bronzes) como exemplo do desenvolvimento da ginástica no Brasil.


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