São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2011

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Japão!

Asiáticas batem americanas nos pênaltis e ganham Copa do Mundo quatro meses após tragédia no país

LUCAS REIS
EM FRANKFURT

A japonesa Saki Kumagai levou 23 segundos para caminhar do meio de campo até a marca penal. Antes de chutar, parou, olhou para cima e respirou fundo.
Há quatro meses, seu país estava quase arruinado. Em poucos segundos, sua seleção conquistaria o mundo.
Em um jogo histórico, decidido nos pênaltis, o Japão bateu as favoritas norte-americanas, que eliminaram o Brasil de Marta nas quartas de final, e ganharam a Copa do Mundo na Alemanha.
Em março, após o tsunami que varreu o país, a federação japonesa esteve perto de desistir da disputa da Copa.
Ontem, o Japão saiu perdendo duas vezes no tempo normal e buscou o empate já no final do segundo tempo da prorrogação. O 2 a 2 levou a decisão para os pênaltis.
E aí brilhou a goleira japonesa Ayumi Kaihori, que defendeu duas cobranças e foi eleita a melhor do jogo.
É o primeiro título do Japão em qualquer torneio da Fifa. O primeiro país fora da Europa e América do Norte a vencer o Mundial feminino.
A conquista antecipa um plano da federação japonesa, traçado em 2007, que pretendia levar sua seleção ao título mundial em 2015.
E premia uma equipe pouco badalada, porém rápida, aguerrida e valente, que conquistou a simpatia da torcida da Alemanha apesar de ter sido a algoz da seleção anfitriã.
As americanas, ontem, pareciam gigantes perto das japonesas. Na média de altura, a diferença passava de 7 cm.
No jogo, os EUA foram melhores. Criaram mais, abriram o placar (Morgan) e levaram o empate (Miyama) em falha de sua defesa. O 2 a 1, já na prorrogação, veio de cabeça (Wambach). Sawa, eleita a melhor da Copa, fez 2 a 2.
Nos acréscimos, Iwashimizu evitou uma chance de gol clara dos EUA e foi expulsa.
Nos pênaltis, Hope Solo defendeu uma cobrança. Mas colegas suas falharam. Estava nos pés de Kumagai a cobrança final. A beque converteu, e o estádio em Frankfurt, metade japonês, veio abaixo.
As americanas perderam a chance de ganhar o terceiro título, que lhes dariam a soberania mundial no esporte.
Com a taça, as japonesas deram uma volta olímpica lenta. "Aos amigos do mundo todo, obrigado pelo apoio", dizia a faixa que levavam.


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