São Paulo, segunda, 18 de agosto de 1997.



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JUCA KFOURI
Azar de campeão

Além da ressaca inevitável, um Palmeiras infernal.
Esses foram os azares do Cruzeiro, que devia ter mandado seus meninos, protagonistas de um papel interessante na chamada Copa Ivens Mendes, o Torneio do Centenário de Belo Horizonte, ao Parque Antarctica.
Não que a goleada tenha enodoado a façanha azul na Libertadores, porque essa ninguém rasga.
Mas campeões merecem ser tratados com respeito, e Zinho e companhia fizeram tudo em campo, menos respeitá-los. Foi um show.
O rigor do Felipão fez efeito, e Viola jogou como nos bons tempos, quando corria atrás da bola para comer.
Zinho está jogando tanto que pode virar mais um doce problema para o nosso patriótico, e ainda não informatizado, Zagallo -que comprou, mas não trouxe, caso original de virtualidade radical no mundo dos computadores.
Mas que seja o Zinho do Palmeiras, de hoje e de ontem, não aquele aprisionado da Copa de 94.

A cada jogo do Corinthians fica mais evidente o óbvio ululante: ao vender Marcelinho, o alvinegro não perdeu apenas seu maior ídolo; perdeu também sua única opção nas bolas paradas, seja nas faltas, seja nos escanteios. E, de quebra, perdeu quem fazia Mirandinha jogar.
Foi impressionante o número de faltas e escanteios desperdiçados diante do Coritiba, como foi exasperante a inutilidade de Mirandinha.
A fala macia de Joel Santana terá de operar milagres no Parque São Jorge.
O pior é que o futebol paulista costuma não receber bem nem quem fala macio nem quem fala grosso.

É estranho, mas se conta nos dedos o número dos técnicos bem sucedidos no futebol carioca que repetem o sucesso em São Paulo. E vice-versa.

Um surpreendente pedido de 30% de comissão impediu que se concretizasse um interessante acordo operacional entre um grande clube paulistano e um conhecido hospital da cidade.
Não dá para pôr a mão no fogo por ninguém mesmo.
Telhado de vidro é o must da temporada.

O que explica, não é demais repetir, a reação dos "amadores" que não querem saber de clubes transformados em empresas, nas mãos de profissionais, que prestem contas por seus atos.




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