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BOXE
Toque final
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
P oderia ter sido melhor, mas
os atletas da seleção brasileira amadora de boxe cumprem a
partir de amanhã, com o desafio
contra a Argentina, no Pará, o último compromisso internacional
de uma das melhores preparações
para Olimpíada com que uma
equipe brasileira já contou.
Nos últimos nove meses, as diversas versões do grupo brasileiro
(até a definição final dos boxeadores que irão a Sydney) participaram de competições em Cuba,
Rússia, República Dominicana e
Porto Rico. Também disputaram
os Pré-Olímpicos de Tampa, nos
EUA, de Tijuana, no México, e de
Buenos Aires, na Argentina.
Houve ainda estágios em Cuba
e no México, onde é mais fácil encontrar sparrings (parceiros de
treino) para os pugilistas das categorias mais leves, como José Albuquerque, o mosca-ligeiro da
delegação brasileira, e o desafio
contra boxeadores franceses, no
Baby Barioni, em São Paulo.
Ou seja: média de mais de uma
atividade internacional por mês
desde dezembro passado.
Em comparação, para os Jogos
Olímpicos de Atlanta-96, os brasileiros tiveram como preparação,
em 95, participações no Pan-Americano, em março, no Festival Olímpico de Inverno, no mês
de julho, em um desafio entre
Brasil e Peru, em setembro, e no
Torneio Argentina, organizado
em Buenos Aires, em outubro.
Em 1996, as atividades internacionais, segundo os arquivos da
CBB (Confederação Brasileira de
Boxe), incluíram o desafio contra
a Itália, em maio, e o torneio Córdova Cardin, em junho, em Cuba.
De outubro até os Jogos de Atlanta-96, os brasileiros participaram
de somente duas atividades.
Ainda assim, mesmo com a preparação precária para os Jogos
Olímpicos de Atlanta, o pugilista
brasileiro Daniel Bispo chegou a
só uma vitória de conquistar a
medalha de bronze. Precisava só
vencer a luta, na qual foi eliminado, com um rival alemão, a quem
dominou no início do combate.
Claro, Luis Claudio Boselli, o
atual presidente da CBB, contou
com o apoio do COB (Comitê
Olímpico Brasileiro) e o patrocínio (que surgiu de última hora, é
verdade) da Zipnet para concretizar o seu planejamento.
Mas o dirigente provavelmente
só garantiu ambos por ter moralizado a CBB, após ter assumido o
controle da entidade em caráter
de emergência. Antes, a CBB era
conhecida por seus presidentes-fantoche, que se curvavam facilmente às vontades de espertalhões mais interessados em obter
vantagens pessoais, que agora
tentam voltar à cena (mas isso é
assunto para outra coluna).
Mas voltando à vaca-fria, o fato
de a atual equipe (que é acompanhada 24 horas por dia por Ulisses Pereira, um dos técnicos da seleção) ter contado com uma boa
preparação para os Jogos tem um
lado negativo: diminui o leque de
desculpas no caso de um eventual
fracasso brasileiro em Sydney.
Quer dizer, também seria bom se
o resultado do sorteio definindo
as chaves favorecesse o Brasil.
Afinal, já faz muito tempo que o
Brasil não conquista uma medalha em Jogos. E Servílio de Oliveira, bronze na Olimpíada do México (a mesma na qual foi revelado George Foreman), único medalhista brasileiro, espera há 32
anos por uma companhia.
Brasil 1
O campeão brasileiro dos pesos-pesados, George Arias,
manteve o cinturão na última
terça ao bater o desafiante
Edegar ""Alazão" Silva por
nocaute técnico no quarto assalto, em São Paulo.
Brasil 2
O campeão brasileiro dos
cruzadores, Antonio Caldas
Jr., que tem combate previsto
para hoje, na Bahia, busca
uma revanche com Arias.
Brasil 3
O pesado cubano Aurélio
""Toyo" Perez bateu o brasileiro Gilton dos Santos, em
três assaltos, na terça-feira,
para ganhar o título latino-americano interino da Organização Mundial, no Rio.
Brasil 4
Os médios Hilton dos Santos
e Rui da Glória lutam na próxima terça, no ginásio Baby
Barioni, em São Paulo.
E-mail eohata@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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