São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2000


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BOXE
Toque final

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

P oderia ter sido melhor, mas os atletas da seleção brasileira amadora de boxe cumprem a partir de amanhã, com o desafio contra a Argentina, no Pará, o último compromisso internacional de uma das melhores preparações para Olimpíada com que uma equipe brasileira já contou.
Nos últimos nove meses, as diversas versões do grupo brasileiro (até a definição final dos boxeadores que irão a Sydney) participaram de competições em Cuba, Rússia, República Dominicana e Porto Rico. Também disputaram os Pré-Olímpicos de Tampa, nos EUA, de Tijuana, no México, e de Buenos Aires, na Argentina.
Houve ainda estágios em Cuba e no México, onde é mais fácil encontrar sparrings (parceiros de treino) para os pugilistas das categorias mais leves, como José Albuquerque, o mosca-ligeiro da delegação brasileira, e o desafio contra boxeadores franceses, no Baby Barioni, em São Paulo.
Ou seja: média de mais de uma atividade internacional por mês desde dezembro passado.
Em comparação, para os Jogos Olímpicos de Atlanta-96, os brasileiros tiveram como preparação, em 95, participações no Pan-Americano, em março, no Festival Olímpico de Inverno, no mês de julho, em um desafio entre Brasil e Peru, em setembro, e no Torneio Argentina, organizado em Buenos Aires, em outubro.
Em 1996, as atividades internacionais, segundo os arquivos da CBB (Confederação Brasileira de Boxe), incluíram o desafio contra a Itália, em maio, e o torneio Córdova Cardin, em junho, em Cuba. De outubro até os Jogos de Atlanta-96, os brasileiros participaram de somente duas atividades.
Ainda assim, mesmo com a preparação precária para os Jogos Olímpicos de Atlanta, o pugilista brasileiro Daniel Bispo chegou a só uma vitória de conquistar a medalha de bronze. Precisava só vencer a luta, na qual foi eliminado, com um rival alemão, a quem dominou no início do combate.
Claro, Luis Claudio Boselli, o atual presidente da CBB, contou com o apoio do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o patrocínio (que surgiu de última hora, é verdade) da Zipnet para concretizar o seu planejamento.
Mas o dirigente provavelmente só garantiu ambos por ter moralizado a CBB, após ter assumido o controle da entidade em caráter de emergência. Antes, a CBB era conhecida por seus presidentes-fantoche, que se curvavam facilmente às vontades de espertalhões mais interessados em obter vantagens pessoais, que agora tentam voltar à cena (mas isso é assunto para outra coluna).
Mas voltando à vaca-fria, o fato de a atual equipe (que é acompanhada 24 horas por dia por Ulisses Pereira, um dos técnicos da seleção) ter contado com uma boa preparação para os Jogos tem um lado negativo: diminui o leque de desculpas no caso de um eventual fracasso brasileiro em Sydney. Quer dizer, também seria bom se o resultado do sorteio definindo as chaves favorecesse o Brasil.
Afinal, já faz muito tempo que o Brasil não conquista uma medalha em Jogos. E Servílio de Oliveira, bronze na Olimpíada do México (a mesma na qual foi revelado George Foreman), único medalhista brasileiro, espera há 32 anos por uma companhia.

Brasil 1
O campeão brasileiro dos pesos-pesados, George Arias, manteve o cinturão na última terça ao bater o desafiante Edegar ""Alazão" Silva por nocaute técnico no quarto assalto, em São Paulo.

Brasil 2
O campeão brasileiro dos cruzadores, Antonio Caldas Jr., que tem combate previsto para hoje, na Bahia, busca uma revanche com Arias.

Brasil 3
O pesado cubano Aurélio ""Toyo" Perez bateu o brasileiro Gilton dos Santos, em três assaltos, na terça-feira, para ganhar o título latino-americano interino da Organização Mundial, no Rio.

Brasil 4
Os médios Hilton dos Santos e Rui da Glória lutam na próxima terça, no ginásio Baby Barioni, em São Paulo.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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